26/09/2008

Preso suspeito de matar sobrinha e cunhada em MG

Segundo a polícia, elas foram agredidas com golpes na cabeça.
Crime foi cometido durante assalto à casa do irmão, em Perdigão.




Um homem suspeito de assaltar a casa do irmão e de matar a sobrinha, de 5 anos, foi preso em Perdigão, em Minas Gerais. Segundo a polícia, ele também agrediu a cunhada, que foi internada e morreu no hospital.

O delegado José Marcio da Silva afirmou que a menina de 5 anos e a mãe, de 35 anos, foram agredidas com golpes na cabeça enquanto dormiam. A mulher foi encontrada ao lado do corpo da filha pelo marido. Ela chegou a ser socorrida e levada ao hospital João XXIII, em Belo Horizonte, mas não resistiu.




Os corpos das vítimas foram enterrados nesta sexta-feira (26), em Nova Serrana (MG).

Segundo o delegado que há muitas evidências contra o homem, principalmente depois que a polícia encontrou parte do dinheiro roubado com ele.

VEJA O VIDEO AQUI

Fonte Materia: G1
Fonte Video: TV Alterosa

Desaparecimento de Madeleine McCann








Madeleine McCann (Leicester, 12 de Maio de 2003) é uma menina inglesa que desapareceu em Portugal, quando se encontrava com os seus pais, irmão e irmã de férias na Praia da Luz (Algarve).

O desaparecimento de Madeleine McCann ocorreu na noite de quinta-feira, 3 de maio de 2007, quando foi dada como desaparecida do seu apartamento em Praia da Luz, Algarve, Portugal onde tinha sido deixada sozinha com os seus dois irmãos. Madeleine, então com três anos de idade, que estava no seu quarto na companhia dos seus dois irmãos gêmeos de dois anos, foi inicialmente dada como tendo "saído" pelos seus próprios meios pela polícia, mas após investigação posterior foi sugerido o seu rapto[1]. O seu desaparecimento tornou-se uma das notícias mais notórias quer pela rapidez com que e iniciou a divulgação das notícias quer pela longevidade e pela massiva cobertura pelos orgãos de informação. O jornal britânico The Daily Telegraph às 12:01 da madrugada do dia 4 de Maio já fazia manchete com o artigo "Three year-old feared abducted in Portugal" (Teme-se que menina de 3 anos tenha sido raptada em Portugal)

Biografia

Madeleine Beth McCann é a filha mais velha de Kate McCann, antiga médica anestesista e actual médica de clínica geral em Melton Mowbray, e Gerry McCann, cardiologista no Hospital Glenfield em Leicester. Madeleine, que tem dois irmãos gêmeos, Sean e Amelie, de dois anos, vive com a sua família em Rothley, Inglaterra.

Uma marca característica é o seu olho direito que tem um tipo de coloboma, um alastramento completo da íris (uma faixa radial que se estende da pupila até ao limite do olho)

Desaparecimento

Madeleine desapareceu do apartamento onde passava férias com a sua família, na noite de 3 de Maio. Na altura os seus pais puseram Madeleine e os seus dois irmãos gêmeos na cama, e foram jantar a cerca de 50 metros de distância com amigos num restaurante perto do Ocean Club.[4] [5]Kate e Gerry McCann reportaram à polícia que se revesavam na verificação dos filhos e que aproximadamente às 21h00 Gerry verificou que os filhos se encontravam bem.[1] Cerca das 21h45, Kate retornou do restaurante e encontrou a cama de Madeleine vazia e uma porta e janela abertas e comunicou o incidente à polícia por volta das 22h. Funcionários e hospedeiros do resort, juntamente com as autoridades, efectuaram buscas até às 04h30 e a polícia espanhola e todos os aeroportos ibéricos foram notificados.

Acontecimentos de 3 e 4 de Maio de 2007

21h00 Gerry verificou os seus filhos[1]
21h45 Kate verificou o desaparecimento da sua filha[7]
Kate afirma ter chamado a policia 10 minutos depois de ter descoberto que a filha desapareceu. [8]
Gerry afirma que foi um dos seus amigos que alertou o gerente e a policia.[9]
Charlotte Pennington afirma que esteve no apartamento menos de 5 minutos depois dos pais terem descoberto que a filha tinha desaparecido.[10]
23h50 O incidente foi comunicado à GNR.[11][12]
Soldados da GNR com a ajuda de cães pisteiros conduzem as buscas durante a noite.
A PSP de Lagos auxilia a operação de buscas durante a noite.
Agentes da polícia Judiciária chegam 10 minutos após terem sido alertados, uma equipe de investigação começou a trabalhar 30 minutos depois.[13]
O porta-voz da GNR, tenente-coronel Costa Cabral, revela que as buscas prosseguiram durante toda a noite. [14]
A Polícia Marítima participa das buscas com lanchas salva-vidas um helicoptero e elementos a pé.[15][16]
Um helicóptero da Protecção Civil participa nas buscas.
Vários veículos todo-o-terreno da Protecção Civil fazem buscas nas margens da barragem da Bravura[17]
Bombeiros participam nas buscas.
Elementos da Cruz Vermelha fazem buscas a pé.[18]
Soldados e cães das patrulhas de busca e salvamento da GNR de Lisboa são enviados para participar das buscas.

Investigação

Igreja da Luz




Fase inicial

A primeira declaração oficial da Polícia Judiciária, feita por Guilhermino Encarnação, às 12h00 de sábado dia 5 de Maio, revela haver suspeita de crime de rapto da criança e da existência de um "esboço" de um eventual suspeito. [20]

A Polícia Judiciária referiu a 6 de Maio terem identificado um suspeito e que a criança deveria estar viva e ainda na área.[21]. Cães treinados farejaram o aldeamento do resort, que tem uma capacidade de cerca de mil pessoas. No entanto, a 8 de Maio, cinco dias após o desaparecimento, a Polícia Judiciária admitiu não ter certeza quanto ao estado de Madeleine.[22]

A 7 de Maio é anunciado que a Polícia Judiciária (PJ) pediu ajuda do SIS que entrou em contacto com as suas congéneres espanhola e inglesa. [23]

A 9 de Maio, a Interpol lançou um alerta amarelo a todos os seus membros.[24]

Os media portugueses revelaram que a PJ seguia duas linhas de investigação: o rapto por uma rede internacional de pedofilia ou o rapto por uma rede de adopção ilegal.[25][26][27]

Especialistas britânicos chegaram para assistir as autoridades nacionais nas investigações e a polícia de Leicestershire enviou representantes para ajudar a família.[28] Foi ainda noticiado que a polícia britanica informou a polícia portuguesa que cerca de 130 pedófilos ingleses estiveram no Algarve, semanas antes do rapto de Madeleine, com o conhecimento das autoridades inglesas.[29][30] [31] A 11 de Maio, o local de investigação foi declarado livre após a não obtenção de resultados.[32] Depois, a 13 de Maio, a polícia admitiu pela primeira vez que não tinham qualquer suspeito em vista. A única via de investigação que estavam dispostos a revelar consistia na examinação de fotografias tiradas por turistas.[33]

Interrogatórios relacionados tiveram início a 14 de Maio.

Murat e Malinka

Às 7 horas de 14 de Maio foram iniciadas buscas na Casa Liliana, propriedade de Jennifer Murat, cidadã britânica, perto do apartamento do desaparecimento de Madeleine.[34] A polícia e equipas de investigação forense selaram a casa, e às 16h00 a piscina foi drenada.[35] Três pessoas, incluindo o seu filho Robert Murat, foram interrogados na esquadra em Portimão. Robert, um visitante frequente do aldeamento,[36] gerou suspeitas a Lori Campbell, uma jornalista do Sunday Mirror, que informou a polícia do facto. Uma antiga colega de escola, Gaynor de Jesus, disse não ter conhecimento de que Murat fosse o tradutor oficial da polícia.[37] Robert Murat afirmou estar profundamente preocupado com o caso de Madeleine devido à perda recente da custódia da sua filha de três anos que é parecida com a menina desaparecida. Não foram efectuadas detenções.[38] Na lei portuguesa, as detenções só podem ser efectuadas após alguém ser indiciado oficialmente como arguido; até lá são considerados testemunhas do processo. A 15 de Maio, Robert Murat recebeu o estatuto de arguido mas não foi detido nem acusado. Não é claro se foi Murat ou a polícia que pediram o estatuto de arguido, pois este confere direitos adicionais ao arguido tais como o direito de permanecer em silêncio. [39] Desde essa altura Murat está ausente em parte incerta.[37]

O inspector Olegário de Sousa disse em conferência de imprensa a 15 de Maio que tinha sido interrogada uma pessoa de 33 anos, mas não foram encontradas evidências que justificassem a sua detenção. Sousa referiu que a polícia efectuou buscas em cinco residências na segunda-feira e apreendeu "vários materiais" das propriedades que estavam sujeitas a investigação e que haviam interrogado duas outras pessoas na qualidade de testemunhas. O suspeito assinou uma declaração de identidade e residência que o impede de se deslocar ou sair do país, e que requer deslocações regulares às instalações da polícia.[40] Apesar de não terem sido referidos nomes na conferência de imprensa, acredita-se que o suspeito seja Robert Murat e os restantes inquiridos a sua alegada companheira Michaela Walczuch, alemã, e o seu ex-marido, Luis António.[41]

Apesar da relutância de Murat em prestar declarações públicas,[42] ele declarou que o caso "arruinou" a sua vida e que a única hipótese de restituir o seu bom nome é a captura dos raptores de Madeleine. Murat disse ainda que tem sido um "bode expiatório" para que a polícia dê a sensação de obtenção de resultados.[43]

A 16 de Maio, acreditava-se que dois carros utilizados pelos Murat haviam sido examinados, e confiscados computadores, telemóveis e várias cassetes de vídeo dos seus pertences pessoais.[44] Foi também dado a conhecer que o arquitecto que projectou o aldeamento no qual residem os Murat foi ignorado ao comunicar à polícia a existência de uma cave escondida na propriedade.[45]Era convicção igualmente que a polícia levou para interrogatório Sergey Malinka, 22, de origem russa, de cuja residência as autoridades também confiscaram um computador portátil e dois discos rígidos. Malinka concebeu um website para Murat.[46] De acordo com a imprensa portuguesa, Malinka foi anteriormente acusado de abuso sexual infantil e ser um técnico informático de boas relações com Robert Murat, dado que se comunicam frequentemente por telefone desde o desaparecimento de Madeleine - os motivos que levaram as autoridades a suspeitar.[47][48]

No dia seguinte, foi dada uma conferência de imprensa na qual o inspector Olegário de Sousa reafirmou a insuficiência de evidências para efectuar uma detenção. Sobre Sergey Malinka, a polícia afirmou ter sido inquirido na qualidade de testemunha durante aproximadamente cinco horas, o que não significa, dada a natureza dinâmica da investigação, que se possa tornar suspeito.[49]

Malinka fez uma apreciação negativa da cobertura do caso pelos media portugueses, que alegaram que ele havia sido condenado por abuso sexual infantil, e negou haver contactado Murat e que é "completamente inocente".[50] A 18 de Maio, no entanto, emergiram inconsistências nas suas alegações acerca do seu relacionamento com Robert Murat; embora tenha referido que não contactava Murat há mais de um ano, disse três meses a um outro repórter enquanto que os registos do telemóvel de Murat alegadamente revelam que este contactou Malinka às 23:40 do dia do desaparecimento de Madeleine.[51][52]

A 19 de Maio, investigadores portugueses deslocaram-se a Londres para entrevistar Dawn Murat, a mulher de Robert Murat.[53]

A 23 de Maio, os investigadores reentrevistaram testemunhas ligadas a Murat; a sua companheira alemã Michaela Walczuch, e o seu ex-marido Luis António, o que faz pressupor o interesse renovado da polícia em torno de Murat.[54]

Setembro de 2007

Após meses de investigação, a Polícia Judiciária interroga os pais de Madeleine. Saem ambos como arguidos e sujeitos a termo de identidade e residência[55], através da suspeita do homicídio acidental [56] [57] causado por negligência ou excesso de medicação calmante na criança. A corroborar os fatos, vários indícios de fluidos corporais com o ADN da criança encontrados num carro alugado pelos pais mais de vinte dias após o desaparecimento, que indiciam o transporte do corpo da menina.

Tem sido notável a actuação dos média britânicos, apontando "falhas" na investigação policial (Sky News e The Sun). Suspeitas que o relacionamento entre os pais de Maddie e o actual primeiro ministro britânico possam estar por trás duma imensa campanha politizada[58][59] [60][61], que implicou até audiência papal, têm sido apontadas por vários meios noticiosos televisivos portugueses (Moita Flores, Francisco in RTP 08/09/2007).

Após ter sido noticiado que McCann "terão todo o gosto em continuar a cooperar com as autoridades portuguesas para descobrir a verdade sobre o que aconteceu a Madeleine" [62] uma fonte próxima revela que os Mccan não conseguem decidir se devem ou não cooperar completamente com a PJ. [63] Apesar de publicamente terem negado, ainda em Maio do mesmo ano os MacCann contrataram ,sem o conhecimento da PJ, uma firma de investigação privada que usa os serviços de ex-membros dos serviços secretos e forças especiais,apesar de terem sido informados que era contra a lei, porque temiam que a PJ desse a sua filha como morta.[64] Em Agosto "disseram não compreender por que é que a polícia portuguesa passou a defender a tese de que Madeleine está morta" apesar de oficialmente nenhuma fonte policial ainda o tivesse confirmado.[65] Só cem dias após o desaparecimento de Madeleine a policia admite que ela possa estar morta.[66] Apesar das críticas feitas à PJ, os serviços privados contratados pelos McCann, apesar de disporem de muitos mais recursos, até á data 24 de Setembro não obtiveram quaisquer resultados.

Possíveis avistamentos

A 8 de Maio de 2007, foi reportado o registo visual de uma rapariga semelhante a Madeleine na companhia de um homem num supermercado à polícia de Nelas, no Norte de Portugal.[67] O homem, de nacionalidade belga, parou no supermercado com a sua filha e saiu num automóvel antes que a polícia pudesse ser contactada, [68] mas a polícia confirmou posteriormente que se tratava de um falso alarme.[69]

A 19 de Maio, o jornal 24 Horas referiu que a polícia havia encontrado um automóvel perto da Praia da Luz que poderá ter sido utilizado pelo raptor.[70]

A 19 de Maio, foi dado a conhecer que um circuito interno de vigilância de um posto de combustível perto de Lagos mostrava uma criança correspondendo à descrição de Madeleine[70] com uma mulher, com a qual a criança estava em altercação e dois homens. Outras pessoas no resort reportaram incidentes relacionados, incluindo alguém que tirava fotos a crianças loiras.

A 10 de Maio foi revelado que o carro, no qual foram avistadas as três pssoas no circuito interno de televisão no posto de combustível, tinha matrícula britânica[71] e foi referido que uma dessas pessoas era o autor das fotografias.[72]

A 17 de Maio, uma testemunha anónima contactou a polícia referindo ter avistado um Fiat Marea com uma matrícula falsificada, em Pinhal Novo, Palmela, Setubal, que alegadamente transportava a criança desaparecida. Não foi dada grande importância a esta pista, contudo, dada a existência de alegações semelhantes em regiões dispersas como Espanha, Suíça ou Marrocos, embora o inspector Olegário Sousa assegurou que a polícia está a averiguar essas referências.[73]

A 18 de Maio, Marie Olli, uma habitantNoruega|norueguesa]] da localidade espanhola de Fuengirola, contactou a polícia garantindo ter avistado uma rapariga correspondendo à descrição de Madeleine num posto de combustível em Marrakech, Marrocos, a 9 de Maio. A menina, que segundo se consta aparentava tristeza, estava alegadamente acompanhada por um homem com perto de 40 anos.[74]

A 25 de Setembro, um casal de turistas espanhóis em Marrocos tirou uma foto de uma garota com características semelhantes a criança desaparecida. Ela aparece na foto acompanhada por adultos de aspecto norte-africanos. Esta informação foi confirmada por fontes oficiais, e publicadas por um jornal local, indicando que o casal enviu a foto à polícia espanhola.[75] No entanto não foi Madeleine, foi uma menina marroquina.

Fundo para Madeleine

Foi lançado um fundo, conhecido como Madeleine’s Fund: Leaving No Stone Unturned, em Leicester a 16 de Maio, com apoio do antigo jogador de rugby Martin Johnson. O objectivo do fundo consiste em ajudar a família nos custos incorridos e em continuar a investigação independentemente, caso se torne necessário. A familia declarou que quaiquer fundos adicionais serão utilizados para ajuda à procura de outras crianças desaparecidas.[76] O site de suporte anunciou ter recebido 58 milhões de hits e 16 mil mensagens de suporte até 18 de Maio, dois dias apenas após o seu lançamento.[77]

Na página do fundo é possível aceder-se também a uma loja (http://store.bringmadeleinehome.com/) patrocinado pelo casal Mcann, onde são "vendidos" posters com a fotografia da criança, e pulseiras amarelas de recordação. Este facto levou já alguns orgãos de comunicação a questionarem o cariz comercial e financeiro da campanha.

A familia permaneceu no mesmo resort desde o desaparecimento.[78] O pai de Madeleine efectuou uma breve deslocação à Inglaterra a 20 de Maio, para finalizar a campanha em busca da sua filha.[79]


Apelos



Foram realizados diversos apelos para o retorno de Madeleine desde familiares até celebridades, e da polícia por fotografias.

Da familia

O pai de Madeleine, Gerry McCann, disse, "palavras não podem descrever a angústia e o desespero que sentimos. Por favor, quem tiver Madeleine, deixem-na regressar a casa para a sua mãe, pai, irmão e irmã."[4] Acrescentou ainda que a familia não deixaria "pedra intacta" na procura de Madeleine e que ele e a sua esposa permaneciam esperançados.[80]

Philomena McCann desenhou um poster [81] para circular numa corrente de emails para ajuda na busca. Ela também referiu numa entrevista telefónica que havia pouca divulgação do caso noutros países que não o Reino Unido e Portugal.[82]

Da polícia

A 21 de Maio, a delegação britânica do CEOP (Child Exploitation and Online Protection Centre) reportou que a polícia britânica apelava aos ocupantes do resort onde Madeleine desapareceu a 3 de Maio para fornecerem cópias de quaisquer fotografias relevantes durante a sua estada, numa tentativa de identificar o raptor utilizando técnicas biométricas de reconhecimento facial, através das quais as feições das pessoas abrangidas nas fotografias possam ser comparadas com as de pessoas condenadas por delito sexual ou de outra natureza.[83][84]

De futebolistas

O futebolista português do Manchester United, Cristiano Ronaldo, fez um apelo na Manchester United TV para o retorno em segurança de Madeleine afirmando: "fiquei muito transtornado ao saber do rapto de Madeleine McCann e apelo a todos que tenham informação relevante a sua divulgação."[67][85]

O jogador do Chelsea FC e da selecção nacional inglesa, John Terry e o seu colega de equipa e jogador da selecção portuguesa Paulo Ferreira afirmaram estar "devastados por ouvir que a pequena Maddy havia sido raptada. Os nossos pensamentos e emoções vão para os seus pais, a sua familia e apelamos a quem tenha informações que as divulgue."[86]

A 11 de Maio, David Beckham fez também um apelo público. "Se viu esta pequena por favor diriga-se à polícia ou autoridades locais e forneca qualquer informação que possuas," afirmou, enquanto segurava um poster com a imagem de Madeleine.[87]

Após o lançamento de uma fotografia de Madeleine numa camisa do Everton FC, os futebolistas portugueses do Everton Fc, Nuno Valente e Manuel Fernandes, apelaram à divulgação de quaisquer notícias ou informação referentes ao paradeiro de Madeleine, e Phil Neville divulgou o seguinte comunicado em nome do clube. "O Everton tem fans em todo o mundo e eu sei que eles, e qualquer pessoa ligada ao clube, esperam e rezam pelo regresso em segurança de Madeleine. Os nossos pensamentos vão sobretudo para a familia nestes tempos difíceis." O manager do clube David Moyes acrescentou: "todos aguardamos ansiosamente por boas notícias e os meus pensamentos e orações estão com a familia. Se alguém sabe de alguma coisa, por favor divulgue."[88]

O futebolista do Celtic FC, Neil Lennon, fez um apelo para o bem estar de Madeleine, e os jogadores do Aberdeen FC envergaram uma braçadeira amarela evocativa do seu quarto aniversário a 12 de Maio.[89]

Um vídeo apelando a ajuda nas buscas foi difundido para os adeptos espanhóis que se deslocaram a Glasgow para assistir à final da Taça UEFA a 16 de Maio.[90] Outro filme foi difundido durante o intervalo da final da Taça de Inglaterra a 19 de Maio.[91]

Antes da partida para a final da Liga dos Campeões na segunda-feira, 21 de maio, a equipa do Liverpool FC foi fotografada com um cartaz apelando a informações referentes ao paradeiro de Madeleine.[92]

Reacções

O embaixador português em Londres, António Santana Carlos disse, a 8 de Maio, que o caso se revestia de "grande consternação" em Portugal e pediu às pessoas confiança nas autoridades,[67] face às crescentes críticas quanto à sua gestão do caso.[93]

A 9 de Maio, o presidente Aníbal Cavaco Silva anunciou estar a acompanhar o caso "com grande preocupação", acrescentando que a polícia estava "a fazer todos os possíveis para encontrar a criança."[70]

Também a 9 de Maio, o porta-voz de Tony Blair afirmou que o primeiro-ministro estava a acompanhar o caso de perto e que "estavam a ajudar em tudo o que fosse possível."[70]

Críticas

Pais

Os pais têm sido criticados por deixar as suas crianças sozinhas e maltratadas enquanto jantavam num restaurante próximo, apesar do complexo turístico em que se hospedavam oferecer serviço de creche e um serviço de acompanhamento de crianças.[94] Também tem havido alguma crítica aos pais na imprensa portuguesa. O Diário de Notícias afirmou peremptoriamente que o casal McCann era considerado suspeito e que, ao contrário do que afirmaram à polícia, não verificaram regularmente a situação dos filhos na noite do desaparecimento.[95] O Daily Telegraph também reproduziu afirmações no mesmo sentido.[96]

O casal foi questionado pela polícia a 10 de Maio sobre o motivo pelo qual Madeleine e os irmãos haviam sido deixados sozinhos num apartamento com as portas do pátio destrancadas enquanto jantavam no restaurante.[33] Os McCann alegaram que deixaram as crianças sozinhas porque não as queriam deixar na companhia de um(a) estranho(a)[97], apesar das crianças terem passado a tarde na creche do Ocean Club na companhia de estranhos.

Polícia


Têm havido imensas criticas à actuação da polícia portuguesa nos media britânicos.[93][98] Foi afirmado haver atrasos na obtenção de provas e evidências forenses, que nem a polícia marítima nem as autoridades alfandegárias receberam descrições de Madeleine durante muitas horas após o desaparecimento, e não foram avistados agentes a efectuar inquirições porta-a-porta. Os críticos alegam que o local não foi devidamente selado e a ausência de pedidos de ajuda e de informação surpreendeu especialistas policiais britânicos. Em resposta, a polícia declarou não poder divulgar informação adicional devido a imperativos de carácter legal da lei portuguesa.[99] Contráriamente ao que anunciam os criticos, agentes da PJ, junto com um funcionário do Ocean Club com um molho de chaves, revistaram todos os apartamentos do Ocean Clube, os apartamentos e jardins proximos. [100]e os comerciantes da zona foram inquiridos por agentes. [101]

Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República, defende o tempo que está a demorar a fazer as investigações e comenta que "A Inglaterra, de onde ela é natural, tem 1.000 processos destes, nós temos 14 ou 15. E a percentagem de casos em que são descobertos, em países como Inglaterra, é de 20 por cento"[...]"Por isso, ninguém se pode admirar do até agora insucesso no caso Maddie", [102]

Depois de criticarem a polícia portuguesa e pedirem a intervenção de peritos britanicos, os McCann e a opinião pública inglesa criticam a polícia portuguesa por ter constituído os McCann arguidos e ter agido com base nos resultados dos testes forenses feitos em Inglaterra e dos cães pisteiros trazidos de Inglaterra. [103][104] [105] Kate McCann explica o facto dos cães terem identificado um cheiro de cadaver nas suas roupas[106], por ter, antes das férias, estado em contacto com cadáveres durante o trabalho, e o DNA encontrado no carro por ter transportado no carro, entre outras coisas, as sandálias suadas de Madeleine e fraldas com fluidos corporais dos gémeos.[107] Estas últimas explicações estão também a ser ser colocadas em dúvida por um especialista. [108]

Muitos orgãos de informação e líderes de opinião portugueses criticaram os meios envolvidos na investigação comparando-os a casos semelhantes envolvendo crianças portuguesas no passado.[109][110]

Foi divulgado que a polícia não pediu imagens de vigilância envolvendo viaturas a sair da Praia da Luz na altura do desaparecimento de Madeleine nem da estrada que liga Lagos a Vila Real de Santo António, junto à fronteira espanhola.[111] No entanto a Euroscut afirmou que “As camaras monitoram imagens da auto estrada entre as 09:00horas e as 18:00 horas, mas só gravam uma ou duas horas por dia”. A porta voz das estradas de Portugal informou que as imagens gravadas só poderiam ser reveladas com ordem do tribunal. [112]

Foi sugerido que o encarregado principal da investigação, o agente Guilhermino da Encarnação, terá focado demasiado a investigação num único suspeito, Robert Murat, embora a polícia admita não existirem evidências credíveis contra ele. Foram estabelecidas comparações com o desaparecimento de outra criança, Joana Cipriano, desaparecida a 12 de Setembro de 2004 da sua casa na vila de Figueira, a 10 km do local de desaparecimento de Madeleine. O agente Encarnação esteve também envolvido nessa investigação que terminou na condenação da mãe e do tio de Joana pelo seu assassinato, embora não tenha sido encontrado o corpo nem tenha havido confissão[113].

Reacção pública

A escala da reacção pública [114] a este caso desencadeou comentários negativos por parte de alguns comentadores. Na sua coluna a 17 de Maio, Matthew Parris desmascarou o que considerava o aproveitamento político por parte de membros do parlamento das emoções e sentimentos despoletados pelo caso.[115] A 19 de maio, o jornal The Guardian descrevia a reacção pública como histeria colectiva e estabeleceu um paralelo com a resposta à campanha anti-pedófila do News of the World.[116]

Cobertura da imprensa

Alguns sugerem que o elevado grau de cobertura dos media pode ser atribuído à raça, nacionalidade e estatuto sócio-económico de Madeleine. O editorial do The Independent de 15 de Maio descreveu a cobertura como reveladora de prioridaddes desfocadas da realidade e condenou as críticas às autoridades portuguesas.[117] Na sua coluna de 17 de Maio no jornal Público, o antigo bastonário da ordem dos advogados, José Miguel Júdice, afirmou que a enorme mobilização se deve ao facto de a menina ser "inglesa, branca e filha de doutores."[118] A 18 de Maio, a Inter Press Service chamou a atenção para o facto de que alguns observadores apontarem o facto de Madeleine ser proveniente de uma família abastada, ao contrário de tantas crianças portuguesas e filhos de emigrantes cujo desaparecimento despertou muito pouca atenção dos media.[118]

Ainda a 18 de Maio, o The Scotsman comentou haver evidência de que a opinião pública, embora solidária com os pais de Madeleine, estar incomodada com o acompanhamento e especial atenção dada ao caso[119].


A Embaixada portuguesa protesta junto da comissão britanica reguladora de imprensa, (Press Complaints Comission ), contra um artigo de Tony Parsons publicado no tablóide "Daily Mirror", que insultou o embaixador português por causa de uma entrevista ao Times sobre o caso Madeleine.[120]

Publicidade

Foi lançado um website oficial para as buscas. Após o desaparecimento, foram registados um elevado número de sites web. Muitos desses sites incluiam conteúdos não relacionados com o caso de Madeleine.[121]

A familia McCann lançou ela própria dois videos de apelo. [122] O primeiro consiste numa montagem de video e fotografia com banda sonora do tema Don't You Forget About Me, dos Simple Minds, e inclui uma animação da palavra LOOK.[123] O segundo consiste numa montagem de imagens com voz sobreposta da actriz Zoë Wanamaker mencionando o seu coloboma, pedindo informações sobre o seu paradeiro, e para fazer o download de um poster de Madeleine do site oficial.[124]

Foi observado um minuto de silêncio não oficial por Madeleine a 21 de Maio[92], mas uma vez que foi organizado por um anónimo através de mensagens de email, não parece ter sido muito observado.[125] Robert Murat tentou dar a sua própria versão dos acontecimentos através da venda da sua história. No entanto, o editor Max Clifford indicou só estar disposto a representar Murat no caso de este ser ilibado de todas as acusações pendentes.[126]

Recompensas

O montante total de recompensas angriadas até ao momento excede o valor de 2,6 milhões de libras esterlinas, incluindo:
£1,5 milhão (cerca de 2,2 milhões de euros), incluindo 250 mil libras do News of the World, 250 mil de Philip Green, 50 mil de Simon Cowell e 25 mil de Coleen McLoughlin. Outros contribuintes incluem Richard Branson, J.K. Rowling e Bill Kenwright.[127][128]
£ 1.000.000 (€1.470.000) pelo homem de negócios britânico Stephen Winyard.[129][130]
£100.000 (€147.000) por uma colega da Kate McCann.[21]
€ 15.000 (£10.250) pelo Record.[131]
£10.000 (€14.700) por The Sun.[132]

Caso encerrado

A polícia portuguesa declarou que a menina não foi encontrada nem viva, nem morta e que não vai continuar com as investigações. Os pais de Madeleine McCann declararam que vão continuar as investigações por conta própria

Caso João Hélio

O Caso João Hélio foi o crime ocorrido em 7 de fevereiro de 2007, quando João Hélio Fernandes Vieites (Rio de Janeiro, 18 de março de 2000 — Rio de Janeiro, 7 de fevereiro de 2007) foi assassinado após um assalto. João Hélio tinha seis anos de idade quando foi vítima da violência na cidade do Rio de Janeiro.

João Hélio era estudante da pré-escola particular Crianças & Cia, onde cursava o primeiro ano do Ensino Fundamental. Eram os pais: Rosa Cristina Fernandes Vieites e Elson Lopes Vieites. O garoto ficou conhecido em todo o Brasil no dia 8 de fevereiro, após sua morte traumática na noite do dia anterior, quando o carro em que ele estava com a mãe foi assaltado. Os assaltantes arrastaram o menino preso ao cinto de segurança pelo lado de fora do veículo.

Caso João Hélio
Local do Crime Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ
Vítimas João Hélio Fernandes Vieites
Réus Carlos Eduardo Toledo Lima, Diego Nascimento da Silva, Carlos Roberto da Silva, Tiago de Abreu Mattos
Local do Julgamento 1ª Vara Criminal da Madureira, Rio de Janeiro
Promotor José Luiz Ferreira Marques
Juiz Marcela Assad Caram
Advogado de defesa Carlos Salles e Celso Queiroz
Situação Carlos Eduardo Toledo Lima condenado a 45 anos de reclusão. Diego Nascimento da Silva a 44 anos e 3 meses de reclusão. Carlos Roberto da Silva e Tiago de Abreu Mattos condenados cada um a 39 anos de reclusão




Imagem de arquivo da família
Nascimento 18 de março de 2000
Rio de Janeiro, Brasil
Falecimento 7 de fevereiro de 2007
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade Brasileira


O crime

O que seria mais um assalto a carro no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, transformou-se em uma tragédia que abalou o país. Naquela noite do dia 7 de fevereiro, por volta das 21h30min de uma quarta-feira, Rosa Cristina Fernandes voltava para casa com os filhos Aline, de 13 anos, e João Hélio, de 6 anos. Eventualmente ela parou no semáforo, quando três homens armados, fazendo uso de duas armas, a abordaram dando ordem para que eles saíssem do veículo.

O assalto ocorreu na rua João Vicente, próximo à Praça do Patriarca, em Oswaldo Cruz, Zona Norte. A mãe do menino, Rosa Fernandes, foi rendida ao volante do Corsa Sedan, placa KUN 6481. No interior do veículo estavam uma amiga da família e o filho João Hélio no banco traseiro e a filha adolescente viajava ao lado da mãe no banco dianteiro direito, que no momento do assalto conseguiram abandonar o carro, porém, Rosa havia avisado aos assaltantes que João Hélio não havia conseguido se soltar do cinto de segurança. Presa ao cinto de segurança, a criança não conseguiu sair. Um dos assaltantes bateu a porta e os bandidos arrancaram com o veículo em alta velocidade. Com o menino preso pelo lado de fora do veículo, os assaltantes o arrastaram por sete quilômetros, passando pelos bairros de Oswaldo Cruz, Madureira, Campinho e Cascadura. Motoristas e um motoqueiro que passavam no momento sinalizaram com os faróis. Os ladrões ironizaram dizendo que "o que estava sendo arrastado não era uma criança, mas um mero boneco de Judas", e continuaram a fuga arrastando o corpo do menino pelo asfalto. Segundo testemunhas, moradores gritavam desesperados ao ver a criança sendo arrastada pelas ruas. Os criminosos abandonaram o carro com o corpo do menino pendurado do lado de fora, com o crânio esfacelado, na rua Caiari, uma via sem saída, no bairro de Cascadura, Zona Norte, e fugiram. O corpo do garoto ficou totalmente irreconhecível. Durante o trajeto, ele perdeu vários dedos e as pontas dos mesmos, além da cabeça, que não foi totalmente localizada[1].

A falta de policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) nas ruas facilitou a fuga. Nesse percurso, os bandidos trafegaram pelas ruas João Vicente, Agostinho Barbalho, Dona Clara, Domingos Lopes, avenida Ernani Cardoso, Cerqueira Daltro, Florentina, entre outras. No trajeto, passaram em frente ao Quartel de Bombeiros de Campinho, por um quartel do Exército e pelo Fórum de Cascadura, mas não cruzaram com nenhuma viatura da polícia. Os criminosos passaram também, diante a dois bares, um na esquina das ruas Cândido Bastos com a Silva Gomes e outro na rua Barbosa com a Florentina. As pessoas que ali estavam apavoraram-se com a cena e começaram a gritar.

Um bacharel em Direito, Diógenes Alexandre, 24 anos, morador das proximidades, estava no bar da esquina das ruas Cândido Bastos com a Silva Gomes, e viu quando os bandidos passaram arrastando o corpo do menino. Segundo ele, os bandidos chegaram a parar o carro. Neste momento, a princípio, algumas pessoas pensaram que eles arrastavam um boneco. Mas ele e o dono do bar, viram que era uma criança, pois perceberam o sangue na lataria do carro. "Eram três homens que estavam no carro, tinha um sentado no banco traseiro, que ainda olhou para trás quando nós gritamos, mas eles aceleraram e passaram por um quebra-mola em alta velocidade e o corpo foi batendo no asfalto", contou.

Demonstrando serem conhecedores da área, os assaltantes abandonaram o carro ao final da rua Caiari, próximo à escadaria que dá acesso à Praça Três Lagoas. Certos de que não seriam presos, estacionaram e fecharam o carro antes da fuga. Segundo testemunhas, os bandidos desceram as escadas calmamente. O bacharel em Direito disse que, ao se aproximar do carro, teve certeza de que era o corpo de uma criança. Ele e dois amigos seguiram o carro. "O barulho parecia ser de um papelão sendo arrastado", afirmou. Após assistir a cena, Diógenes ficou 10 minutos em estado de choque. "Não tive nenhuma ação, só depois é que lembrei de ligar para a polícia e já era 21h40. Aí ouvi as pessoas falando que havia partes do crânio do menino na rua Cerqueira Daltro e que eles pararam em um sinal, pouco antes do viaduto de Cascadura, onde várias pessoas correram para avisar, chegaram a bater no carro, mas eles continuaram o trajeto, piscando os faróis", disse. Pelo celular avisou à polícia. Pouco depois, a rua foi tomada por policiais.

Durante parte do trajeto, os bandidos foram seguidos por um motociclista que presenciou o momento do roubo. Ele levou os policiais até a rua Cerqueira Daltro, próximo a um supermercado. Ali estavam parte da cabeça da vítima e massa encefálica, que foram recolhidas e colocadas em um saco plástico[1].

O crime mobilizou policiais de três delegacias e do 9º Batalhão da PM (Rocha Miranda, no subúrbio). O delegado do 30º DP (Marechal Hermes) Hércules Pires do Nascimento pediu ajuda à população para localizar os bandidos. O Disque-Denúncia começou a receber telefonemas e ofereceu, de início, uma recompensa de 2 mil reais, que posteriormente subiu para 4 mil reais, por informações que identificassem os envolvidos.

Dezoito horas após o assalto, e diante da forte repercussão que o caso teve na opinião pública, a Polícia Militar começou as prisões dos supostos envolvidos, prendendo o primeiro suspeito: Diego. Este reconhecido pelo pai, o porteiro Kuelginaldo, que foi localizado por meio de denúncia anônima e se comprometeu a colaborar indo à delegacia; e um menor com a idade de 16 anos. Eles confessaram o crime, segundo a polícia. De acordo com as investigações, Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, ocupou o banco do carona na fuga; Carlos Eduardo Toledo Lima, de 23 anos, foi o condutor do automóvel; e o menor de 16 anos, que foi o responsável por render a mãe de João Hélio e ocupar o banco de trás do veículo Corsa prata roubado de Rosa Cristina Fernandes. Um outro homem, Tiago, chegou a ser preso, mas foi liberado em seguida por não ter sido comprovada a sua ligação com o caso, mas os investigadores voltariam atrás. No dia seguinte, a polícia pediu a prisão de mais dois suspeitos da morte do menino arrastado. Um dos suspeitos, o condutor do veículo, Carlos Eduardo, é irmão do menor de idade, já detido. À noite, a polícia prendeu, novamente, Tiago de Abreu Mattos, de 19 anos, o quarto suspeito de ter participado da tentativa de assalto. Segundo a polícia, ele juntamente com mais um quinto elemento, Carlos Roberto da Silva, de 21 anos, teriam levado os bandidos até o local do assalto, ambos estariam no táxi, que pertencia ao pai de Tiago, utilizado para levar a quadrilha até o local e dar cobertura à fuga. O suspeito Carlos Eduardo Toledo Lima ainda estava foragido.

Os cinco acusados tiveram a prisão temporária decretada até 10 de março de 2007. Testemunhas afirmaram que o carro trafegava em ziguezague e passava perto dos postes na tentativa de se livrar do corpo do menino, informou o delegado. O menor envolvido, confessou ter utilizado revólver de plástico (falso) para realizar o assalto. Diego Nascimento da Silva, Carlos Eduardo Toledo Lima, Carlos Roberto da Silva e Tiago de Abreu Mattos foram ouvidos na 1ª Vara Criminal de Madureira, no subúrbio do Rio.

O comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo, confirmou, em entrevista à Rádio CBN, que não havia policiais no local do assalto. Ele reconheceu a necessidade de reforço do policiamento. Ubiratan classificou o crime como trágico e contou que o agente que foi ao local começou a chorar e não conseguiu passar a ocorrência.


Sepultamento

João Hélio Fernandes foi sepultado às 15h da quinta-feira (8), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste, em clima de grande comoção. O velório ocorreu na capela C da mesma necrópole. Por volta das 11h da manhã, o tio da criança, Elyo Lopes Vieites, irmão do pai de João Hélio, esteve no Instituto Médico Legal (IML), no centro da cidade, para liberar o corpo. As causas da morte foram: traumatismo craniano, ação contundente (pancada), e laceração do encéfalo.

Durante o sepultamento, que foi acompanhado por vários familiares e amigos, a irmã de João Hélio, Aline Fernandes, era a mais transtornada. Enquanto o caixão descia a sepultura, chorando e gritando, ela dizia: "Irmão, desculpa, por não ter podido te salvar! Eu quero meu irmão. Eu quero meu bebê. Eu quero ouvir a vozinha dele. Eu quero ir com ele. Eles levaram o meu irmão", lamentava. No início do cortejo, a avó Nelma Vieites, antes calma, em desabafo, berrou: "É a violência do meu país. Até quando, meu Deus? Será que a violência não vai acabar? É muita dor. Arrancaram a vida do meu netinho. Quando isso vai acabar?".

O secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame compareceu ao enterro. Beltrame lamentou a banalização da vida, mesma expressão utilizada pelo comandante-geral da Polícia Militar, que também esteve presente no enterro, o coronel Ubiratan de Oliveira Ângelo: “Ele morreu porque foi deixado de lado diante da banalização da vida humana”, disse o coronel. Segundo ele, o garoto morreu não por falta de policiamento, mas porque foi assassinado. “É inadmissível que um roubo de carro passe a ser um crime tão bárbaro”, acrescentou.

Antes de acompanhar o sepultamento, de acordo com policiais, a mãe do menino estaria em estado de choque e teria seguido com a filha para a casa de parentes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.

Missa de sétimo dia

Centenas de pessoas, entre vítimas, famílias de vítimas da violência e cariocas indignados, participaram na manhã de quarta-feira do dia 14 de fevereiro, da missa de sétimo dia, celebrada em homenagem à memória de João Hélio Fernandes, realizada na igreja da Candelária, no centro do Rio. O ato religioso foi transformado em um protesto emocionado contra a violência e pela paz. Ao entrar, os pais da criança, acompanhados da filha Aline, foram aplaudidos de pé pela multidão e em seguida, um coro inflamado gritando "paz", “justiça”, “mudança” e “socorro”, foi ouvido pelas vozes revoltadas e emocionadas, presentes na missa. Rosa Cristina e Elson passaram toda a missa de mãos dadas e conseguiram controlar o desespero. Os três receberam uma bandeira do Brasil quando foram homenageados no altar. Cerca de cem pessoas vestiam uma camiseta com a foto de João e a inscrição: "João Hélio. Um anjo pela paz! Saudades eternas". Um cartaz feito pela escola dizia: "Em luto por João Hélio. Que não seja em vão". Durante a cerimônia, o padre Nixon Bezerra de Brito, pároco de Acari, lembrou outros crimes e disse que João Hélio, assim como outras tantas crianças, foi "mártir em uma cidade que não sabe respeitar a vida". O público acompanhou orações de mãos dadas. Muitos levaram cartazes de protesto. Para os parentes de vítimas, a missa foi uma lição de solidariedade.

O então governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e a mulher dele, Adriana Ancelmo, foram recebidos pela multidão com gritos de "Justiça". Ele cumprimentou os pais de João Hélio e permaneceu na missa durante aproximadamente 15 minutos. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, e o comandante-geral da PM, Ubiratan Ângelo, também compareceram à missa. A missa durou uma hora e meia, entre 11h e 12h30min, e foi marcada por muita emoção.

O governador Sérgio Cabral voltou a defender a redução da maioridade penal e a autonomia dos estados brasileiros não só na área penal, mas em todos os segmentos. "Chega de concentração em Brasília, chega de achar que Brasília vai resolver tudo", disse Cabral, que ouviu vaias quando teve sua presença anunciada na missa.

"Realmente temos que nos unir contra a violência, que não pára de crescer no Rio", disse a jornalista Luciana Gonçalves, estudante que ficou tetraplégica após ser atingida por uma bala perdida dentro de uma universidade em 2004.

Ao final da missa, cerca de mil pessoas saíram em passeata pela avenida Rio Branco.

Passeatas e protestos

Após a missa de sétimo dia, cerca de 500 pessoas fizeram uma passeata pelas ruas do centro do Rio de Janeiro pedindo paz. No decurso da missa, os pais do menino, haviam pedido à população que fossem às ruas para exigir um estado menos violento. E foram prontamente atendidos. Assim que acabou a cerimônia, famílias de vítimas de outras tragédias e dezenas de pessoas que se chocaram com a brutalidade cometida pelos criminosos, iniciaram caminhada de protesto pela avenida Rio Branco, que só terminou duas horas depois, na Assembléia Legislativa. Os manifestantes seguravam faixas e cartazes e vestiam camisetas com fotos de parentes e amigos vítimas de crimes. Os participantes do protesto pediam justiça, mudanças nas leis e mais oportunidades para os jovens. O vocalista da banda Detonautas Roque Clube, Tico Santa Cruz, compareceu ao protesto. O guitarrista da banda, Rodrigo Netto, foi morto aos 29 anos em Junho de 2006 após uma tentativa de assalto no Rio. "Se querem abaixar a maioridade penal, abaixa. Mas ofereçam também educação", disse Tico Santa Cruz. Jovita Belfort, cuja filha Priscila havia desaparecido há três anos (ela teria sido morta por traficantes), foi uma das organizadoras do protesto. "Quando não estou em depressão, participo de todas as manifestações, faço parte de uma família da dor", disse. A estudante Tatiana Taveira, de 20 anos, que participa de uma comunidade no Orkut intitulada "Justiça a João Hélio", contou que, apesar de não ser parente ou amiga de qualquer vítima, acha importante prestar solidariedade e "lutar para que isso não aconteça mais".

Liderados pelos integrantes da banda Detonautas e pelo ator Igor Cotrin, os manifestantes deixaram a Igreja da Candelária e seguiram em passeata pela avenida Rio Branco até a Cinelândia. De acordo com policiais militares do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), aproximadamente 600 pessoas iniciaram a marcha. Pelo caminho, outras aderiram ao protesto, chegando a formar um grupo com cerca de 1500 manifestantes. Uma das pessoas que participou do ato foi a advogada Nara Vieira, 50 anos, que levou os filhos Henrique, 7, e Guilherme, 2 — o menor num carrinho de bebê, usando um gorro com a palavra "Paz". — "Nunca fui vítima de violência, mas estou aqui antes que aconteça. Precisamos lutar", disse.

Para conseguir mais adeptos, manifestantes gritavam: "Você, aí parado, também é assaltado" e "Você, aí parado, pode ser assassinado". Da Cinelândia, o grupo seguiu para a Alerj, onde ocupou a escadaria do Palácio Tiradentes. Seguranças fecharam as portas e chegou a haver princípio de tumulto. Representantes de parentes de vítimas da violência foram recebidos pelo presidente da Casa, Jorge Picciani, e pelos presidentes das comissões de Segurança Pública, Wagner Montes, e de Direitos Humanos, Alessandro Molon. Ficou acertado que as famílias passarão a acompanhar o dia-a-dia dos trabalhos na Alerj. Aos deputados, parentes pediram mais rigor na apuração dos crimes e maior acompanhamento do Legislativo aos órgãos públicos.

Protestos

Protestantes organizaram nova passeata em homenagem à criança. Desta vez, a caminhada percorreu os sete quilômetros, o mesmo trajeto que os criminosos fizeram com João após o assalto, em Oswaldo Cruz, passando por três bairros, e terminando na rua Caiari, em Cascadura. Os pais de João Hélio também participaram da homenagem ao filho. Os manifestantes se concentraram na esquina das ruas João Vicente com a Henrique De Melo, mesmo lugar onde aconteceu o assalto ao carro. A marcha coletiva teve início às 15h20min do sábado, 10 de março, com um sol forte que não espantou os manifestantes. Muitos deles caminharam com cartazes e faixas em homenagem ao menino. À frente da passeata, estavam os pais de João Hélio e, a cada momento, mais pessoas chegavam para prestar solidariedade à família. "É muito doloroso percorrer esse caminho, mas a sociedade tem nos dado muita força", disse Rosa Vieites, mãe de João.

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram da manifestação. Sob gritos de "justiça", elas não se intimidaram com o calor. Os termômetros locais chegaram a registrar 40 graus. Da rua João Vicente até a rua Caiari, para garantir a segurança dos manifestantes, foram deslocados 110 policiais para o local.

O clima no local era de protesto. "Enquanto um jovem de 16 anos puder fumar maconha, segurar uma arma, assaltar e matar gente, ele não pode ser considerado jovem. Temos que mudar a lei. Se ele pode votar, ele pode ir para a cadeia", argumentou Herculano Campos, presidente da Associação de Moradores de Belford Roxo, que fez um caixão em homenagem ao menino e defendeu o fim da maioridade penal. Os pais de João Hélio juntos de outras pessoas, vestiam a mesma camisa com a foto de João usada na missa de sétimo dia, e levavam cartazes e faixas, em homenagem ao menino, pedindo paz e protestando contra a violência e a impunidade. "O importante é vir para a rua, debater, discutir e aprender. Não podemos aceitar passivamente ser massacrados pela violência e não fazer nada", disse o manifestante Daltro Jacques.

Também estiveram presentes na manifestação, parentes de outras vítimas da violência da cidade, como os pais de Gabriela Prado Maia, morta aos 14 anos, ao ser alvejada no peito por uma bala perdida em um assalto dentro da estação do metrô, em 2003; parentes de Nettinho, o guitarrista do grupo Detonautas, que morreu após uma tentativa de assalto, em 2006; e Clodoaldo Costa, padrasto de Alana Ezequiel, de 13 anos, que morreu vítima de bala perdida, durante uma troca de tiros entre traficantes e policiais, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, na segunda-feira, 5 de março. O padrasto de Alana estava revoltado e inquieto. "Eles sumiram com a bala do corpo da minha filha. Tenho certeza que foram os policiais. Minha filha estava subindo o morro. A polícia estava lá embaixo. Ela tomou um tiro nas costas. Eu sei quem matou minha filha. Agora eu tenho até medo de andar na rua", disse ele. A estudante Vanessa Dias Miranda, de 19 anos, resume o desejo de muitos presentes: "Quero paz, justiça. Imagine a mãe do João, como está! Vim dar uma força para ela. Tenho um filho de quatro anos, e se aconteceu com ela, pode acontecer com qualquer um", lamentou.

A passeata terminou onde os bandidos abandonaram o carro. Os manifestantes convidavam todos os que não estavam protestando a se juntar, batiam palmas e gritavam: "Ei! Você aí parado, pode ser assassinado".

Os pais de João, Rosa Fernandes e Elson Vieites, disseram que pretendem formar um grupo de discussão sobre violência. Os dois querem discutir projetos e ações com parentes de vítimas da violência, com a sociedade e com políticos.


Homenagens


Associação de Cartórios Prestaram Homenagem

Todos os cartórios da cidade do Rio de Janeiro funcionaram com uma faixa preta nas fachadas ou com as portas abertas somente pela metade na sexta-feira, 16 de fevereiro. Os pais que registraram seus filhos recém-nascidos neste dia, receberam um folheto com a seguinte mensagem:“ "A vida não pode terminar aos 6 anos. Que a dor pela perda do menino João Hélio nos dê força para começarmos a construir um Brasil de paz." ”


A iniciativa fez parte do luto oficial decretado pela Associação dos Notários e Registradores (Anoreg/RJ), entidade que representa os cartórios.


Praça Três Lagoas

A prefeitura do Rio também homenageou a família na noite de segunda-feira, 12 de fevereiro. O prefeito César Maia assinou decreto mudando o nome da Praça Três Lagoas, em Cascadura, no subúrbio, para Praça João Hélio Fernandes Vieites. Área fica em local próximo de onde a criança foi encontrada. Segundo o prefeito, a homenagem é para que João Hélio não seja esquecido.

O governador Sérgio Cabral também decidiu dar o nome do menino a uma área do antigo Parque Hotel Araruama, que na época, estava sendo transformado em centro cultural.


Homenagens das escolas de samba

O crime foi lembrado também no Sambódromo, no Centro do Rio. A escola de samba Estácio de Sá, que abriu o desfile do Grupo Especial, entrou pedindo um minuto de silêncio em nome do menino João Hélio. Quinta escola a desfilar pelo Grupo Especial, Mocidade Independente de Padre Miguel, também homenageou João Hélio, antes mesmo de começar o esquenta da bateria. Durante o desfile da Escola de Samba Porto da Pedra, uma faixa foi exposta em memória a João. Em São Paulo, o intérprete Celsinho Mody, da Mancha Verde, também homenageou João Hélio durante o grito de guerra da escola[2].


Homenagem virtual

No site de relacionamentos Orkut, internautas pediam leis mais duras contra os cinco criminosos acusados de envolvimento na morte da criança, arrastada por 14 ruas de um bairro.

Até o meio da tarde da terça-feira (13/02), havia oito comunidades em que foram deixadas frases de apoio aos parentes do menino. Em uma delas havia mais de 37 mil integrantes. Estas comunidades pediam para que a população usassem camisas pretas numa manifestação de luto.


ONU Declara Pesar Pela Morte de João Hélio em Nota, e Critica Aumento de Pena


O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) divulgou nota na quinta-feira (15/02), em que manifesta pesar pela morte do menino João Hélio Vieites, no Rio de Janeiro. O documento, entretanto, destaca que o simples aumento de penas não resolverá os problemas da violência, que estão ligados a questões sociais.

Confira a nota na íntegra:“ "O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) manifesta profundo pesar diante da tragédia ocorrida com o menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, arrastado e morto por assaltantes no dia 7 de fevereiro no Rio de Janeiro. O UNODC se solidariza com a família e amigos da vítima - e com toda a sociedade brasileira, abalada pelo fato.

Para o UNODC, sozinhos, os debates sobre a questão penal não irão solucionar os problemas da violência, que também se referem a questões sociais. "A violência pede uma abordagem de diversas frentes", disse Giovanni Quaglia, Representante Regional do UNODC para o Brasil e Cone Sul.

A dificuldade de desenvolver plenamente as capacidades pessoais e profissionais, a urbanização acelerada marcada por desigualdades intraterritoriais, a deterioração de redes sociais e laços familiares, a criminalidade das redes de tráfico, o uso de armas de fogo e o abuso de álcool e drogas ilícitas agravam o quadro."

Condenação dos acusados



A quadrilha de assaltantes que participaram do assalto. Da esquerda para direita: Carlos Eduardo, Diego Nascimento, Tiago de Abreu e Carlos Roberto.

Em 30 de Janeiro de 2008, a oito dias de completar um ano da morte de João Hélio, quatro dos cinco acusados pelo crime que abalou o país, foram condenados por latrocínio, combinado com o artigo 9º da Lei de Crimes Hediondos, a penas que variam de 39 a 45 anos de prisão. Somadas, as penas totalizam 167 anos de reclusão.

Na sentença, a juíza Marcela Assad Caram, da 1ª Vara Criminal de Madureira, afirmou que "seria muita inocência" acreditar que os três jovens que estavam no interior do carro "trafegando com os vidros dianteiros do veículo roubado abertos, não ouviam o barulho alto produzido pelo constante atrito do corpo da pequena vítima contra o solo e a lataria do automóvel".

Carlos Eduardo Toledo Lima foi condenado a 45 anos de prisão, Diego Nascimento da Silva a 44 anos e três meses, Carlos Roberto da Silva e Tiago de Abreu Mattos foram sentenciados cada um com 39 anos de prisão. O menor de 16 anos, irmão de Lima, recebeu 3 anos de reclusão em uma instituição de jovens infratores. Apesar da decisão da juíza, mesmo com penas entre 39 e 45 anos, constitucionalmente, o cumprimento das penas dos réus não excederá o tempo máximo de 30 anos. A decisão é em primeira instância e, portanto, ainda cabe recurso.

Caso Isabella Nardoni



O caso Isabella Nardoni refere-se à morte da menina brasileira Isabella de Oliveira Nardoni, de cinco anos de idade, que foi jogada do apartamento de seu pai localizado no sexto andar do Edifício London no distrito da Vila Guilherme, em São Paulo, na noite do dia 29 de março de 2008.[1]

O caso gerou grande repercussão nacional e, em função das evidências deixadas no local do crime, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, respectivamente pai e madrasta da criança, atualmente são réus de ação penal e respondem por homicídio doloso triplamente qualificado (art. 121, § 2°, incisos III, IV e V).

Caso Isabella Nardoni
Local do Crime Vila Isolina Mazzei, na Vila Guilherme, São Paulo
Vítimas Isabella de Oliveira Nardoni
Réus Alexandre Alves Nardoni
Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá
Local do Julgamento 2º Tribunal do Juri do Fórum de Santana
Promotor Francisco Taddei Cembranelli
Juiz Maurício Fossen
Advogado de defesa Marco Polo Levorin
Ricardo Martins de São José Junior
Rogério Neres de Souza
Situação Ação Penal instaurada (denúncia aceita integralmente pelo juiz) - Início da fase de Instrução Criminal


Biografia e família

Isabella de Oliveira Nardoni (São Paulo, 18 de abril de 2002 — 29 de março de 2008) era filha de Ana Carolina Cunha Oliveira (nascida em 5 de abril de 1984, natural de São Paulo) e de Alexandre Alves Nardoni (nascido em 1979[carece de fontes], natural de São Paulo).[carece de fontes]

Ana Carolina ficou grávida de Alexandre aos dezessete anos. A notícia da gravidez não foi bem recebida por Alexandre, pois na época ele tentava ingressar em faculdade de Direito.

Alexandre Nardoni separou-se de Ana Carolina quando Isabella tinha onze meses. Em acordo jurídico, foi definida pensão alimentícia de 250 reais e o direito a duas visitas por mês, quinzenalmente.[carece de fontes]

Na época da morte, Alexandre Nardoni vivia com a madrasta da menina, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá.

Isabella Oliveira Nardoni
Nascimento 18 de abril de 2002
São Paulo, Brasil
Falecimento 29 de março de 2008
São Paulo, Brasil
Nacionalidade Brasileira
Parentesco Ana Carolina Cunha Oliveira e Alexandre Alves Nardoni


O caso



Isabella Nardoni foi encontrada ferida, no dia 29 de março de 2008, no jardim do edifício London (coordenadas 23°29'43.19"S, 46°36'32.50"O), após ter sido jogada de uma altura de seis andares. No apartamento localizado na zona norte de São Paulo moravam o pai, a madrasta da menina e dois filhos do casal, um de onze meses e outro de três anos. A menina chegou a ser socorrida pelos bombeiros mas não resistiu e morreu a caminho do hospital.

O pai de Isabella teria afirmado em depoimento que o prédio onde mora foi assaltado e a menina foi jogada por um dos bandidos. Segundo divulgado pela imprensa ele teria dito que deixou sua mulher e os dois filhos do casal no carro e subiu para colocar Isabella, que já dormia, na cama. O pai da vítima teria descido para ajudar a carregar as outras duas crianças, respectivamente de 3 anos e 11 meses, e, ao voltar ao apartamento, viu a tela cortada e a filha caída no gramado em frente ao prédio. Entre o momento de colocar a filha na cama e a volta ao quarto teriam passado de 5 a 10 minutos, de acordo com o depoimento do pai.

Dias após, a investigação constatou que a tela de proteção da janela do apartamento foi cortada para que a menina fosse jogada e que havia marcas de sangue no quarto da criança.

Investigação



O caso teve forte repercussão no Brasil, nos dias 30 e 31 de março. Em meio da repercussão, o pai da criança afirmou à polícia no dia 30, que ela havia ficado sozinha no quarto enquanto ele foi buscar os outros filhos. No mesmo dia, a emissora de TV de notícias Globo News revela que a polícia descartou a possibilidade de acidente na morte de Isabella.[2] Segundo um delegado titular da polícia sangue foi encontrado no quarto e um buraco na tela de proteção de uma janela reforçam as suspeitas da polícia de homicídio.[3] A perícia feita pela Polícia Técnico-Científica no domingo, diz que a rede de proteção da sacada, foi cortada propositalmente, só que no quarto dos irmãos da Isabella e não no quarto dela que foi colocada pra dormir.[4] No entanto, uma rádio afirmou que o pai disse à polícia que a menina foi jogada por um assaltante.[5]

9º DP (Carandiru), responsável pelo caso

O tio da Isabella declarou à imprensa que os pais dela tinham uma "excelente relação" entre a mãe da menina e a família do pai. "Ela (a criança) amava passar os fins de semana com o pai e a madrasta".[6] No entanto, os vizinhos afirmam o contrário, pois as brigas entre Alexandre e Anna eram constantes na presença da Isabella nos fins de semana no apartamento.

Na madrugada do dia 31 de março, Alexandre Nardoni e a madrasta da menina, Anna Jatobá, foram liberados da polícia civil após mais de 24 horas de depoimento. O pai teria descido para ajudar a carregar as outras duas crianças, respectivamente de três anos e onze meses, e ao voltar ao apartamento, viu a tela cortada e a filha caída no gramado em frente ao prédio. Entre o momento de colocar a filha na cama e a volta ao quarto, teriam passado de cinco a dez minutos, de acordo com o depoimento do pai.[7] No outro depoimento, uma vizinha do prédio afirma que ouviu gritos de uma menina pedindo socorro, mas não saiu do apartamento.

No dia 1º de abril, o jornal Folha de S. Paulo publicou que os primeiros laudos do Instituto Médico Legal apontavam indícios de asfixia anteriores à queda da menina. Os legistas teriam duvidado até mesmo de que a menina tivesse caído, por conta do baixo número de fraturas em seu corpo.

Nesse dia, os dois advogados do pai e da madrasta, ficaram por cerca de três horas no distrito policial para acompanhar o caso. Após isso, um dos advogados revelou pela imprensa que a madrasta teria perdido as chaves pouco dias antes do crime: "(A perda das chaves) é um fato novo que não vejo problema de tornar público", disse o advogado. Os advogados disseram que cabe à polícia apontar provas que incriminem seus clientes e não a eles. Eles pediram à imprensa para que poupem o pai e a madrasta, pois eles estariam "sofrendo muito e poderiam sofrer ainda mais" com o assédio.[8] No mesmo dia, os peritos disseram que Isabella caiu de lado e fraturou o pulso. Ela tinha marcas no pescoço e manchas no pulmão. O delegado responsável disse que a morte será investigada como homicídio, pois a tela de proteção da janela foi cortada. Havia marcas de sangue no quarto da criança, o que, segundo o delegado, reforça a tese de que ela foi agredida antes de ser jogada.

No dia 2 de abril, Ana Carolina Oliveira saiu na companhia do namorado após prestar depoimento.[9] Após o depoimento dela, o delegado titular disse que vai solicitar nova perícia no carro e no apartamento do pai da menina: "No dia dos fatos, o perito com pressa, muita gente em cima, pode ter passado alguma coisa despercebida", disse o delegado, que quer descobrir qual objeto serviu para cortar a tela de proteção da janela por onde a garota teria sido jogada. No entanto, o titular confirma que dois depoimentos relatam gritos de uma criança em desespero. Segundo as testemunhas, "Pára, pai. Pára, pai". O titular esclareceu que só solicitará novos depoimentos do pai e da madrasta quando avançar nas investigações. "Não adianta voltar a ouvi-los sem nada novo porque ficará aquela coisa repetitiva", disse. O delegado afirma que há três pontos que, em sua opinião, estão mais nebulosos: a ausência de arrombamento na casa, o fato de que não faltava nada entre os pertences do casal e, finalmente, nenhum indício de que alguém estranho tenha estado no prédio são intrigantes. Calil Filho admitiu também a possibilidade de a madrasta da menina, Anna Carolina Trotta, não ter ficado esperando no carro, como o relatado pelo pai em depoimento à polícia.[10]

Após a decretação da prisão do pai e a madrasta como principais suspeitos, a polícia realizou na noite, uma perícia complementar no apartamento e no prédio.

Perto do caso completar 30 dias e da conclusão do Inquérito pela Polícia, importa saber quem teria adulterado o local do crime, para tentar transformá-lo de cena de homicídio em cena de latrocínio. O promotor designado para o caso, que tem acompanhado as investigações desde o início, afirmou que as provas indicam "claramente" que a cena do crime foi adulterada. "Tentou-se maquiar a versão verdadeira. Tentaram remover as manchas de sangue e até conseguiram remover algumas, mas os equipamentos de perícia modernos captaram a alteração", explicou, afirmando que essa remoção quase prejudicou a perícia. Em depoimento, o pai de Alexandre, o advogado tributarista Antonio Nardoni e sua filha, Cristiane Nardoni, negaram ter limpado a cena do crime. [11].

Arrombamento

Consta no boletim de ocorrência a informação de que Nardoni teria dito aos policiais militares que atenderam ao caso que a porta do apartamento estava arrombada e de que ele teria visto uma pessoa fugindo após a tragédia. Já no depoimento, afirmou que a porta estava trancada e não mencionou a existência de outra pessoa. A averiguação dos peritos garantiu que não havia nenhum sinal de arrombamento no apartamento, muito menos de furto.


Manchas de sangue

A origem do sangue também precisa ser melhor esclarecida, já que a perícia encontrou gotas de sangue na entrada do apartamento, no chão do quarto dos irmãos de Isabella e na tela da janela de onde a criança teria sido jogada. “O sangue era visível, tanto que o delegado notou assim que chegou, mas o pai omitiu isso no depoimento”, afirmou Cembranelli.


Visita ao sogro

Em depoimento à polícia, Nardoni disse que passou o sábado na casa do sogro e chegou ao apartamento por volta das 23h30. O promotor afirmou que o porteiro do apartamento do pai de Anna Carolina ainda será ouvido para esclarecer o tempo de permanência do casal no local. “O laudo toxicólogico indicou que não houve a ingestão de alguma bebida alcóolica ou uso de drogas pelo casal naquele dia”, esclareceu.


Queda de Isabella



A primeira pessoa que viu a criança no gramado foi o porteiro. Ele teria relatado que escutou um forte barulho e quando olhou, a menina já estava no chão. Um morador do primeiro andar também teria escutado um estrondo e visto Isabella da sacada. Ele teria sido o primeiro a acionar o resgate, que demorou cerca de 13 minutos. Este mesmo morador disse, durante a reconstituição do crime, no domingo dia 27 de abril, que Alexandre ficou de joelhos e encostou o ouvido direito no coração da menina. Também disse que falou para Alexandre não tocar na menina para não prejudicar o estado dela[12]. Por 34 minutos os paramédicos tentaram reanimá-la A perícia constatou, que Isabella foi lançada pelos pulsos, e que a marca de suas mãos ficaram logo abaixo da janela, como a marca de seus joelhos. Segundo o promotor Francisco Cembranelli, Isabell teria sido "delicadamente" derrubada do 6° andar. Isso, na opinião de Cembranelli, refuta a versão apresentada pelo casal. "Se fosse um monstro, como dizem os indiciados, certamente não se preocuparia e arremessaria a menina de qualquer lugar e de qualquer jeito. Ela foi jogada do quarto dos irmãos, cuidadosamente introduzida no buraco da rede de proteção e delicadamente teve as mãos soltas", afirmou. Segundo o promotor, se Isabella tivesse sido arremessada da janela de seu quarto, ela teria sofrido danos físicos ainda maiores por conta do piso de granito. Já abaixo da janela do quarto dos irmãos, há um gramado[13];

Comportamento de Alexandre Nardoni

O promotor confirmou a existência de um Boletim de Ocorrência de uma suposta ameaça feito pela mãe biológica de Isabella, Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 24 anos, contra Alexandre Nardoni. Na ocasião, em que Isabella tinha 1 ano e 4 meses, Ana Carolina afirmou à polícia que Alexandre vinha fazendo ameaças contra ela e a mãe dela, avó de Isabella. A bancária afirmou também que o ex-marido ameaçou matá-las e sumir com Isabella após uma discussão. O Promotor acrescentou ainda que há outras queixas contra o casal, mas preferiu não dizer quantas são nem por quem foram realizadas, já que o caso segue em segredo de justiça. Posteriormente, Ana Carolina Oliveira disse ao programa Fantástico: "Eu e ele (Alexandre), tinhamos uma relação distante. Mas ela (Isabella) tinha um amor incondicional por esse pai", disse, acrescentando que a menina de cinco anos nunca falou mal do pai. ”Nunca Isabella deu algum sinal, e nunca falou nada sobre o pai. Eu não sei o que aconteceu aquele dia. Fico muito triste em saber que minha filha sofreu, mas o que aconteceu a gente ainda vai descobrir."


Espancamento e tentativa de asfixia

O rascunho do laudo 1.081, que será feito pelo médico Laércio de Oliveira Cesar com o auxílio de dois colegas, reforça a tese que a menina Isabella, de 5 anos, foi asfixiada por esganadura ou sufocamento e teve um osso da mão esquerda quebrado, provavelmente por meio de uma torção, e havia sinais de que essa fratura ocorreu quando a garota estava viva. Além disso, foi encontrada pequena hemorragia no cérebro. “Isso é comum nos casos do que chamamos de síndrome de criança espancada”, disse um legista. No corpo, havia um machucado no antebraço direito, como se ele tivesse enganchado na tela de proteção da janela ou como se ela tivesse tentado se agarrar. Por fim, havia um corte na cabeça, provavelmente também anterior a queda.


Imagens no supermercado

Na madrugada do dia 8 de abril, o telejornal Jornal da Noite, da Rede Bandeirantes, divulga imagens em que aparecem Alexandre, Anna e Isabella junto com os irmãos, no supermercado, horas antes da morte da Isabella. [14] Foi encontrado vômito de Isabella na camisa de seu pai (provavelmente causado pela asfixia)


Prisão do pai e da madrasta

Após o depoimento da Ana Carolina na tarde do dia 2 de abril, no final da tarde, o Tribunal do Júri de São Paulo aceitou o pedido de prisão temporária do casal Alexandre Alves Nardoni, 29 anos, bacharel em direito, e a madrasta, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24 anos, ex-estudante de direito. A prisão é válida por 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Segundo a imprensa, o depoimento de mãe motivou pedido de prisão deles.[15] Inicialmente, o cartório do TJ passou que a validade seria de cinco dias. O juiz da 2ª Vara do Tribunal de Justiça também decretou sigilo do caso. O delegado responsável pelo inquérito pediu ao Tribunal do Júri de São Paulo a prisão temporária de Nardoni e da madrasta de Isabella. Em seguida, o Ministério Público de São Paulo deu parecer favorável ao pedido de prisão.[16]

Por causa dos depoimentos, foram declarados como principais suspeitos da morte o pai e a madrasta. Segundo depoimentos do pai, Isabella teria sido jogada através da janela do dormitório de seu apartamento no sexto andar, cuja tela de proteção estava recortada; no ínterim em que tivera retornado à garagem para ajudar sua esposa e dois filhos menores.

A perícia inicial revelou que a causa mortis é parada cardiorrespiratória, com evidências claras de asfixia e/ou sufocamento, contradizendo as afirmações de Alexandre Nardoni.

Além disso, há vestígios de sangue no apartamento do casal, nos dormitórios, corredor, na maçaneta da porta de entrada da residência do casal e no lençol da cama onde ele disse tê-la colocado, adormecida. Houve fratura de osso em um dos punhos, enquanto estava viva; trauma no crânio, língua entre-dentes e lesões petequiais no coração e pulmões, indicativas de que a vítima fora asfixiada/sufocada.

No exame pericial complementar, a polícia encontrou no edifício, peças do vestuário do pai da garota em banheiro de um apartamento inabitado do sexto andar, cuja proprietária é a irmã do principal suspeito e manchas de sangue nos bancos do carro da família.

Provas testemunhais dão conta de que na noite da morte da garota Isabella Nardoni houve severa discussão entre o casal e que aos gritos, a criança expressou "Pára... pai. Pára.. pai", como se estivesse chamando-o pra defendê-la. O caso policial tramitava em segredo de justiça até o dia 7 de abril de 2008, quando o juiz Maurício Fossen, o mesmo que o decretara, revogou-o. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, Fossen tomou a decisão após o promotor José Taddei Cembranelli ter revelado alguns detalhes à imprensa na sexta-feira, 4 de abril[17].

No dia 3 de abril, os dois advogados que representam o pai e a madrasta entraram no 9º DP às 12hs30, quase cercados pela imprensa, para negociar a apresentação do casal à polícia, que permaneceram por 20 minutos. Os advogados disseram que o casal iriam se apresentar nas próximas horas para "apresentação deles e possivelmente o pedido de HC (Habeas-Corpus)", disse o advogado Ricardo Neres. O casal se entregou às 15hs55 no Fórum de Santana. Segundo o tenente Fernando Neves, o casal será encaminhado ao 9º DP, onde o caso é investigado: "Estamos aqui para garantir a integridade física do suspeito, não importa o que ele tenha feito".[18]

Na manhã do dia 11 de abril, sexta-feira, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu Habeas Corpus e ordenou a soltura de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá[19]. A alegação era que a medida liminar cessaria o "constrangimento ilegal".


Cartas de Alexandre e Anna

Um dia depois da decretação da prisão preventiva de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, na manhã do dia 3 de abril, torna-se pública por intermédios dos advogados, duas cartas do casal. Os advogados afirmam que foram escritos um dia antes da decretação de prisão preventiva do casal, mas circulou que eles teriam escrito após a decretação, o que nunca foi confirmado.

Enterro



No dia 31 de março, por volta das 9h30, horas depois de ser liberada pela perícia, Isabella foi enterrada no Cemitério Parque dos Pinheiros no bairro do Jaçanã, zona norte de São Paulo, por cerca de 200 pessoas, entre familiares e amigos. A imprensa foi impedida a acompanhar o enterro. Apenas imagem aérea feitas por helicopteros de algumas emissoras de TV filmaram o enterro. Do lado de fora do cemitério, o avô, Felipe de Oliveira, afirmou após o enterro que a mãe da criança continuava em estado de choque e que não queria falar sobre o assunto ainda.[20] Mais tarde declarou que "ela (Isabella) adorava os pais, os outros avós eram maravilhosos com ela, não tem explicação o que aconteceu. Estão querendo culpar o pai, ele não tem nada a ver com isso. Ele pode ter todos os defeitos, mas isso aí não".[21]


Indiciamento

No dia 18 de abril, o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são indiciados pela Polícia Civil no 9º DP, pelo assassinato da Isabella de Oliveira Nardoni, por homicídio, no dia em que a Isabella completaria seis anos de idade[22], pelo artigo 121 do Código Penal Brasileiro[23].

Entrevista na Rede Globo

Pela primeira vez desde o caso foi noticiado no dia 30 de março, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, dão a primeira entrevista, exibida ao programa Fantástico, da Rede Globo, na noite do dia 20 de abril, negando as acusações feitas pela polícia que sejam responsáveis de matar a Isabella. Também negam as brigas no apartamento como afirma um casal residente no prédio ao lado do Residencial London. Afirmam que as famílias Nardoni e Jatobá sempre foram unidas e que sempre trataram bem a Isabella. O conteúdo da entrevista foi reproduzido por outras redes no dia 21 de abril, com exceção do SBT e da Rede Record. No dia 11 de maio Ana Carolina Oliveira deu uma entrevista à emissora , e no dia 14 de maio à Rede Record.

Carro de Alexandre

No dia 22 de abril, a empresa responsável pelo rastreador (GPS) instalado no carro Ford Ka, com placa de DOG 1125, revela que o carro de Alexandre Nardoni foi desligado às 23h36min11seg. Esse tipo de aparelho emite sinais via satélite para uma central de operações que, com isso, consegue monitorar todos os movimentos do veículo e saber, inclusive, a que horas ele foi ligado e desligado. O intervalo de tempo entre o momento que o motor do carro é desligado e primeira chamada para o resgate, que foi às 23h49min59seg, é de apenas treze minutos, o que, segundo a perícia é tempo insuficiente para os fatos acontecerem segundo contado por Alexandre. Conforme a Revista Veja de 30 de abril[24], Alexandre Nardoni disse, em seu depoimento, que gastou cerca de cinco minutos entre deixar a mulher e os dois filhos no carro, e levar Isabella dormindo ao apartamento no sexto andar. Isto daria 23h41min. Em seguida, teria voltado à garagem para ajudar Anna Jatobá a subir com os filhos. Neste percurso, teria gasto quatro minutos. O horário seria 23h45min. O registro do telefonema de um vizinho que solicitou o resgate aconteceu quatro minutos depois, tempo exíguo demais para que um suposto invasor (que a defesa alega existir) asfixiasse a menina, cortasse a rede de proteção da janela do quarto de Pietro e Cauã, atirasse Isabella pelo buraco e saísse do apartamento sem deixar vestígios.

Nova prisão



Em 7 de maio de 2008 O juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da capital paulista aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo contra o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá e decretou a prisão preventiva do pai e da madrasta de Isabella.

97º distrito policial onde Anna Carolina Jatobá passou a noite de 8 de maio, logo após a sua detenção.

O casal que estava hospedado no apartamento da mãe de Anna Jatobá optou em se entregar à polícia. Como passava das dezoito horas, a prisão apenas poderia ser efetuada pela polícia sem a colaboração do casal apenas as seis horas da manhã. Porém o casal se entegou.

Após passarem por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal, Alexandre foi encaminhado para o 13º Distrito de Polícia, na Casa Verde (Zona Norte), onde ficam custodiados detentos com curso superior, e Anna Carolina Jatobá foi enviada para o 97º Distrito Policial, em Americanópolis, na zona sul do município de São Paulo.

Porém na manhã de 8 de maio Anna Carolina Jatobá foi removida do distrito policial e foi transferida para Penitenciária Feminina de Sant'Anna, na zona norte. Porém face a ameças de rebelião por parte das presas, devido a presença de Anna Jatobá, ela foi transferida para a Penitenciária Feminina de Tremembé, a 138 km da capital.


Habeas Corpus negado

No dia 9 de maio, os advogados do casal protocolaram pedido de habeas corpus no Fórum João Mendes, no centro da capital. O pedido foi analisado, e negado no dia 13 pelo desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo(TJ).[25]

O desembargador reconheceu em seu despacho que existem indícios de autoria e provas da materialidade do crime contra o casal. “Vale dizer, pois, em face do caso concreto de que aqui se cuida, que a concessão de liminar, para o fim de restabelecer a liberdade dos pacientes presos preventivamente, por força de decisão judicial largamente fundamentada e que diz respeito a crime gravíssimo praticado com características extremamente chocantes e onde, após toda prova colhida, sobressai inequívoco reconhecimento de indícios de autoria e prova da materialidade da infração”, disse no despacho.

Ele avaliou que a concessão da liberdade ao casal só seria possível se ficasse evidenciada uma “intolerável injustiça” imposta aos acusados. O que, para Canguçu de Almeida, “não parece estar acontecendo”. Em seu despacho, o desembargador afirma que as circunstâncias indicam comprometimento do casal com “a autoria do inacreditável delito”.

A manutenção da prisão tem caráter liminar. Em cerca de um mês, o mérito do pedido deve ser analisado por outros dois desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, quando será conhecida a decisão permanente. O desembargador negou ainda o pedido de anulação do recebimento da denúncia, que fazia parte do mesmo documento. O desembargador disse que reconheceu os motivos que levaram o juiz de primeira instância a decretar a prisão, como a possibilidade de o casal destruir provas ou colocar em risco a ordem pública.


STJ nega pedido de liminar em Habeas Corpus

Os advogados do casal Nardoni protocolizaram na tarde do dia 16 de maio um Habeas Corpus com pedido de liminar. No mesmo dia, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu a liminar por entender que a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo estava correta. O relator do caso, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, encaminhará a apreciação do mérito do pedido para a Quinta Turma daquele tribunal.


Controvérsias

Pais e os parentes



Residência do avô paterno de Isabella onde o pai e a madrasta foram morar.

Os pais da menina foram criticados pela imprensa e a opinião pública por não darem declarações sobre o caso ou até contratar um porta-voz, para evitarem a desinformação do caso, pois o caso teve repercussão até fora do Brasil.

O pai, a madrasta e os parentes da menina foram questionados pela imprensa e a opinião popular, devido a rápida contratação dos advogados, dois dias depois da morte da Isabella, o que gerou a suspeita que os dois seriam culpados, pois estes já teriam previsto uma ordem de prisão.

O pai e a madrasta também foram questionados por ter deixado Isabella sozinha no apartamento, para buscar os irmãos da dela de apenas três anos e outro de onze meses, já que ambos poderiam ficar no apartamento, o que poderia ter evitado o crime.

Numa entrevista feita pelo apresentador do Balanço Geral, da Rede Record, no dia 3 de abril, o pai da madrasta, Alexandre Jatobá, em primeira entrevista na imprensa, afirmou que tanto o genro como a filha não tinham hábitos de beber e fumar. Declarou que na véspera da morte da Isabella, no dia 28/3, o zelador teria perguntado a Alexandre Nardoni: Esta é sua filha? E o pai disse que sim. No dia seguinte, na manhã do crime, Alexandre Jatobá, encontrou Isabella conversando com o zelador, que questionada disse não ter ocorrido nada, apenas conversas para que o zelador conhecesse melhor ela. Antes que a entrevista fosse interrompida aos choros, Alexandre Jatobá pediu que investigasse também o zelador como suspeito. Mas no depoimento, o zelador dizia que estava outro lugar no momento dos acontecimentos, que inclusive foi confirmado por várias testemunhas.

Polícia

No dia 1º de abril, o jornal Folha de S. Paulo publicou que uma delegada teria chamado o pai da criança de "assassino" ao vê-lo sair na porta da delegacia no dia 31 de março. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) não comentou a atitude da policial.

Imprensa

Cobertura da imprensa e da televisão diante da residência do avô paterno de Isabella.



O jornal Diário de S. Paulo, traz em sua manchete com a capa "Pára, pai! Pára, pai!", os depoimentos dos dois vizinhos do edifício London que teriam ouvido os gritos de "Pára, pai! Pára, pai!" que teriam sido proferidos pela menina momentos antes de morrer. Depoimentos de vizinhos da família em outro endereço teriam relatado freqüentes discussões, inclusive com agressão física e ameaças.

Houve também muitas críticas sobre a condução do caso, no programa policial Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes, pôs no ar imagens, em que o pai aparece num bar bebendo cerveja, feita por duas pessoas que pediram não ser identificadas. O advogado dele afirmou não ser ele e o apresentador Datena chegou a sugerir que Alexandre "teria um irmão gêmeo". Datena se desculpou das declarações.

No dia 9 de abril, o jornalista Ricardo Boechat, acusou as emissoras concorrentes da Rede Bandeirantes, as redes de TVs Record e Globo, de "copiarem" as imagens exclusivas feitas pelo circuito interno de TV, em que mostraram Alexandre, Anna, Isabella e os irmãos, no supermercado, horas antes da morte da Isabella. O jornalista relatou ainda que o logotipo da Band, que havia sido colocado no canto da tela, foi retirado por meio de computação. Dizendo que Record e Globo são sempre privilegiadas, quando alguma autoridade quer entregar um vídeo com imagens, mas quando a Bandeirantes consegue um furo, o direito autoral não é respeitado. Em seguida, ele deu enfoque à Record, dizendo que emissora exibiu as imagens que eram exclusivas da Band, durante o dia inteiro em 8 telejornais.[26]

No dia 10 de abril, o jornalista Ricardo Boechat afirmou, em seu programa diário na rádio Bandnews FM, que algumas redações tinham recebido a informação de que a verdadeira assassina de Isabella fora a madrasta, Anna Jatobá. A descoberta teria vindo de um telefonema ouvido pela polícia.


Repercussão



Exterior

Embora era exclusivamente apenas nacionalmente, o caso também teve repercussão no exterior, com alguns artigos. No Reino Unido foram publicadas algumas noticias pela BBC.[27] [28] O periódico francês Le Monde escreveu um artigo entitulado "Sorriso de Isabella assombra o Brasil." [29]


Orkut

Na página de relacionamentos Orkut, a mãe da menina, Ana Carolina Oliveira, antes mesmo do dia da divulgação do crime, passou a mostrar dezenas de fotos de mãe e filha. As imagens apareceram em sites e telejornais de todo o Brasil no dia 31 de março; entre elas, há a foto das duas em uma praia, outra em que aparecem em uma piscina, passando as férias, e o famoso "selinho" de mãe e filha.

No dia 1º de abril, Ana Carolina colocou na página a seguinte frase: "Filha maravilhosa da minha vida, você será eterna. Lutarei para conquistar tudo nessa vida em 'nosso nome'. Te amarei para sempre!" Ana Carolina também agradece o apoio que tem recebido dos amigos: "Quero agradecer a todas as pessoas que estão me escrevendo e de uma maneira ou de outra se solidarizando com o caso. Não tenho condições de respondê-las apenas de dizer que são muito importantes. Abraços a todos", diz.[30] No dia 3 de abril, o número de mensagens ultrapassou a 100 mil.[31] Nos dias e semanas que se seguiram, houve homenagens à Isabella e muitas comunidades criadas para homenagear ela e ataques contra o casal Nardoni.

Fonte: wikipedia

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