26/09/2008

Desaparecimento de Madeleine McCann








Madeleine McCann (Leicester, 12 de Maio de 2003) é uma menina inglesa que desapareceu em Portugal, quando se encontrava com os seus pais, irmão e irmã de férias na Praia da Luz (Algarve).

O desaparecimento de Madeleine McCann ocorreu na noite de quinta-feira, 3 de maio de 2007, quando foi dada como desaparecida do seu apartamento em Praia da Luz, Algarve, Portugal onde tinha sido deixada sozinha com os seus dois irmãos. Madeleine, então com três anos de idade, que estava no seu quarto na companhia dos seus dois irmãos gêmeos de dois anos, foi inicialmente dada como tendo "saído" pelos seus próprios meios pela polícia, mas após investigação posterior foi sugerido o seu rapto[1]. O seu desaparecimento tornou-se uma das notícias mais notórias quer pela rapidez com que e iniciou a divulgação das notícias quer pela longevidade e pela massiva cobertura pelos orgãos de informação. O jornal britânico The Daily Telegraph às 12:01 da madrugada do dia 4 de Maio já fazia manchete com o artigo "Three year-old feared abducted in Portugal" (Teme-se que menina de 3 anos tenha sido raptada em Portugal)

Biografia

Madeleine Beth McCann é a filha mais velha de Kate McCann, antiga médica anestesista e actual médica de clínica geral em Melton Mowbray, e Gerry McCann, cardiologista no Hospital Glenfield em Leicester. Madeleine, que tem dois irmãos gêmeos, Sean e Amelie, de dois anos, vive com a sua família em Rothley, Inglaterra.

Uma marca característica é o seu olho direito que tem um tipo de coloboma, um alastramento completo da íris (uma faixa radial que se estende da pupila até ao limite do olho)

Desaparecimento

Madeleine desapareceu do apartamento onde passava férias com a sua família, na noite de 3 de Maio. Na altura os seus pais puseram Madeleine e os seus dois irmãos gêmeos na cama, e foram jantar a cerca de 50 metros de distância com amigos num restaurante perto do Ocean Club.[4] [5]Kate e Gerry McCann reportaram à polícia que se revesavam na verificação dos filhos e que aproximadamente às 21h00 Gerry verificou que os filhos se encontravam bem.[1] Cerca das 21h45, Kate retornou do restaurante e encontrou a cama de Madeleine vazia e uma porta e janela abertas e comunicou o incidente à polícia por volta das 22h. Funcionários e hospedeiros do resort, juntamente com as autoridades, efectuaram buscas até às 04h30 e a polícia espanhola e todos os aeroportos ibéricos foram notificados.

Acontecimentos de 3 e 4 de Maio de 2007

21h00 Gerry verificou os seus filhos[1]
21h45 Kate verificou o desaparecimento da sua filha[7]
Kate afirma ter chamado a policia 10 minutos depois de ter descoberto que a filha desapareceu. [8]
Gerry afirma que foi um dos seus amigos que alertou o gerente e a policia.[9]
Charlotte Pennington afirma que esteve no apartamento menos de 5 minutos depois dos pais terem descoberto que a filha tinha desaparecido.[10]
23h50 O incidente foi comunicado à GNR.[11][12]
Soldados da GNR com a ajuda de cães pisteiros conduzem as buscas durante a noite.
A PSP de Lagos auxilia a operação de buscas durante a noite.
Agentes da polícia Judiciária chegam 10 minutos após terem sido alertados, uma equipe de investigação começou a trabalhar 30 minutos depois.[13]
O porta-voz da GNR, tenente-coronel Costa Cabral, revela que as buscas prosseguiram durante toda a noite. [14]
A Polícia Marítima participa das buscas com lanchas salva-vidas um helicoptero e elementos a pé.[15][16]
Um helicóptero da Protecção Civil participa nas buscas.
Vários veículos todo-o-terreno da Protecção Civil fazem buscas nas margens da barragem da Bravura[17]
Bombeiros participam nas buscas.
Elementos da Cruz Vermelha fazem buscas a pé.[18]
Soldados e cães das patrulhas de busca e salvamento da GNR de Lisboa são enviados para participar das buscas.

Investigação

Igreja da Luz




Fase inicial

A primeira declaração oficial da Polícia Judiciária, feita por Guilhermino Encarnação, às 12h00 de sábado dia 5 de Maio, revela haver suspeita de crime de rapto da criança e da existência de um "esboço" de um eventual suspeito. [20]

A Polícia Judiciária referiu a 6 de Maio terem identificado um suspeito e que a criança deveria estar viva e ainda na área.[21]. Cães treinados farejaram o aldeamento do resort, que tem uma capacidade de cerca de mil pessoas. No entanto, a 8 de Maio, cinco dias após o desaparecimento, a Polícia Judiciária admitiu não ter certeza quanto ao estado de Madeleine.[22]

A 7 de Maio é anunciado que a Polícia Judiciária (PJ) pediu ajuda do SIS que entrou em contacto com as suas congéneres espanhola e inglesa. [23]

A 9 de Maio, a Interpol lançou um alerta amarelo a todos os seus membros.[24]

Os media portugueses revelaram que a PJ seguia duas linhas de investigação: o rapto por uma rede internacional de pedofilia ou o rapto por uma rede de adopção ilegal.[25][26][27]

Especialistas britânicos chegaram para assistir as autoridades nacionais nas investigações e a polícia de Leicestershire enviou representantes para ajudar a família.[28] Foi ainda noticiado que a polícia britanica informou a polícia portuguesa que cerca de 130 pedófilos ingleses estiveram no Algarve, semanas antes do rapto de Madeleine, com o conhecimento das autoridades inglesas.[29][30] [31] A 11 de Maio, o local de investigação foi declarado livre após a não obtenção de resultados.[32] Depois, a 13 de Maio, a polícia admitiu pela primeira vez que não tinham qualquer suspeito em vista. A única via de investigação que estavam dispostos a revelar consistia na examinação de fotografias tiradas por turistas.[33]

Interrogatórios relacionados tiveram início a 14 de Maio.

Murat e Malinka

Às 7 horas de 14 de Maio foram iniciadas buscas na Casa Liliana, propriedade de Jennifer Murat, cidadã britânica, perto do apartamento do desaparecimento de Madeleine.[34] A polícia e equipas de investigação forense selaram a casa, e às 16h00 a piscina foi drenada.[35] Três pessoas, incluindo o seu filho Robert Murat, foram interrogados na esquadra em Portimão. Robert, um visitante frequente do aldeamento,[36] gerou suspeitas a Lori Campbell, uma jornalista do Sunday Mirror, que informou a polícia do facto. Uma antiga colega de escola, Gaynor de Jesus, disse não ter conhecimento de que Murat fosse o tradutor oficial da polícia.[37] Robert Murat afirmou estar profundamente preocupado com o caso de Madeleine devido à perda recente da custódia da sua filha de três anos que é parecida com a menina desaparecida. Não foram efectuadas detenções.[38] Na lei portuguesa, as detenções só podem ser efectuadas após alguém ser indiciado oficialmente como arguido; até lá são considerados testemunhas do processo. A 15 de Maio, Robert Murat recebeu o estatuto de arguido mas não foi detido nem acusado. Não é claro se foi Murat ou a polícia que pediram o estatuto de arguido, pois este confere direitos adicionais ao arguido tais como o direito de permanecer em silêncio. [39] Desde essa altura Murat está ausente em parte incerta.[37]

O inspector Olegário de Sousa disse em conferência de imprensa a 15 de Maio que tinha sido interrogada uma pessoa de 33 anos, mas não foram encontradas evidências que justificassem a sua detenção. Sousa referiu que a polícia efectuou buscas em cinco residências na segunda-feira e apreendeu "vários materiais" das propriedades que estavam sujeitas a investigação e que haviam interrogado duas outras pessoas na qualidade de testemunhas. O suspeito assinou uma declaração de identidade e residência que o impede de se deslocar ou sair do país, e que requer deslocações regulares às instalações da polícia.[40] Apesar de não terem sido referidos nomes na conferência de imprensa, acredita-se que o suspeito seja Robert Murat e os restantes inquiridos a sua alegada companheira Michaela Walczuch, alemã, e o seu ex-marido, Luis António.[41]

Apesar da relutância de Murat em prestar declarações públicas,[42] ele declarou que o caso "arruinou" a sua vida e que a única hipótese de restituir o seu bom nome é a captura dos raptores de Madeleine. Murat disse ainda que tem sido um "bode expiatório" para que a polícia dê a sensação de obtenção de resultados.[43]

A 16 de Maio, acreditava-se que dois carros utilizados pelos Murat haviam sido examinados, e confiscados computadores, telemóveis e várias cassetes de vídeo dos seus pertences pessoais.[44] Foi também dado a conhecer que o arquitecto que projectou o aldeamento no qual residem os Murat foi ignorado ao comunicar à polícia a existência de uma cave escondida na propriedade.[45]Era convicção igualmente que a polícia levou para interrogatório Sergey Malinka, 22, de origem russa, de cuja residência as autoridades também confiscaram um computador portátil e dois discos rígidos. Malinka concebeu um website para Murat.[46] De acordo com a imprensa portuguesa, Malinka foi anteriormente acusado de abuso sexual infantil e ser um técnico informático de boas relações com Robert Murat, dado que se comunicam frequentemente por telefone desde o desaparecimento de Madeleine - os motivos que levaram as autoridades a suspeitar.[47][48]

No dia seguinte, foi dada uma conferência de imprensa na qual o inspector Olegário de Sousa reafirmou a insuficiência de evidências para efectuar uma detenção. Sobre Sergey Malinka, a polícia afirmou ter sido inquirido na qualidade de testemunha durante aproximadamente cinco horas, o que não significa, dada a natureza dinâmica da investigação, que se possa tornar suspeito.[49]

Malinka fez uma apreciação negativa da cobertura do caso pelos media portugueses, que alegaram que ele havia sido condenado por abuso sexual infantil, e negou haver contactado Murat e que é "completamente inocente".[50] A 18 de Maio, no entanto, emergiram inconsistências nas suas alegações acerca do seu relacionamento com Robert Murat; embora tenha referido que não contactava Murat há mais de um ano, disse três meses a um outro repórter enquanto que os registos do telemóvel de Murat alegadamente revelam que este contactou Malinka às 23:40 do dia do desaparecimento de Madeleine.[51][52]

A 19 de Maio, investigadores portugueses deslocaram-se a Londres para entrevistar Dawn Murat, a mulher de Robert Murat.[53]

A 23 de Maio, os investigadores reentrevistaram testemunhas ligadas a Murat; a sua companheira alemã Michaela Walczuch, e o seu ex-marido Luis António, o que faz pressupor o interesse renovado da polícia em torno de Murat.[54]

Setembro de 2007

Após meses de investigação, a Polícia Judiciária interroga os pais de Madeleine. Saem ambos como arguidos e sujeitos a termo de identidade e residência[55], através da suspeita do homicídio acidental [56] [57] causado por negligência ou excesso de medicação calmante na criança. A corroborar os fatos, vários indícios de fluidos corporais com o ADN da criança encontrados num carro alugado pelos pais mais de vinte dias após o desaparecimento, que indiciam o transporte do corpo da menina.

Tem sido notável a actuação dos média britânicos, apontando "falhas" na investigação policial (Sky News e The Sun). Suspeitas que o relacionamento entre os pais de Maddie e o actual primeiro ministro britânico possam estar por trás duma imensa campanha politizada[58][59] [60][61], que implicou até audiência papal, têm sido apontadas por vários meios noticiosos televisivos portugueses (Moita Flores, Francisco in RTP 08/09/2007).

Após ter sido noticiado que McCann "terão todo o gosto em continuar a cooperar com as autoridades portuguesas para descobrir a verdade sobre o que aconteceu a Madeleine" [62] uma fonte próxima revela que os Mccan não conseguem decidir se devem ou não cooperar completamente com a PJ. [63] Apesar de publicamente terem negado, ainda em Maio do mesmo ano os MacCann contrataram ,sem o conhecimento da PJ, uma firma de investigação privada que usa os serviços de ex-membros dos serviços secretos e forças especiais,apesar de terem sido informados que era contra a lei, porque temiam que a PJ desse a sua filha como morta.[64] Em Agosto "disseram não compreender por que é que a polícia portuguesa passou a defender a tese de que Madeleine está morta" apesar de oficialmente nenhuma fonte policial ainda o tivesse confirmado.[65] Só cem dias após o desaparecimento de Madeleine a policia admite que ela possa estar morta.[66] Apesar das críticas feitas à PJ, os serviços privados contratados pelos McCann, apesar de disporem de muitos mais recursos, até á data 24 de Setembro não obtiveram quaisquer resultados.

Possíveis avistamentos

A 8 de Maio de 2007, foi reportado o registo visual de uma rapariga semelhante a Madeleine na companhia de um homem num supermercado à polícia de Nelas, no Norte de Portugal.[67] O homem, de nacionalidade belga, parou no supermercado com a sua filha e saiu num automóvel antes que a polícia pudesse ser contactada, [68] mas a polícia confirmou posteriormente que se tratava de um falso alarme.[69]

A 19 de Maio, o jornal 24 Horas referiu que a polícia havia encontrado um automóvel perto da Praia da Luz que poderá ter sido utilizado pelo raptor.[70]

A 19 de Maio, foi dado a conhecer que um circuito interno de vigilância de um posto de combustível perto de Lagos mostrava uma criança correspondendo à descrição de Madeleine[70] com uma mulher, com a qual a criança estava em altercação e dois homens. Outras pessoas no resort reportaram incidentes relacionados, incluindo alguém que tirava fotos a crianças loiras.

A 10 de Maio foi revelado que o carro, no qual foram avistadas as três pssoas no circuito interno de televisão no posto de combustível, tinha matrícula britânica[71] e foi referido que uma dessas pessoas era o autor das fotografias.[72]

A 17 de Maio, uma testemunha anónima contactou a polícia referindo ter avistado um Fiat Marea com uma matrícula falsificada, em Pinhal Novo, Palmela, Setubal, que alegadamente transportava a criança desaparecida. Não foi dada grande importância a esta pista, contudo, dada a existência de alegações semelhantes em regiões dispersas como Espanha, Suíça ou Marrocos, embora o inspector Olegário Sousa assegurou que a polícia está a averiguar essas referências.[73]

A 18 de Maio, Marie Olli, uma habitantNoruega|norueguesa]] da localidade espanhola de Fuengirola, contactou a polícia garantindo ter avistado uma rapariga correspondendo à descrição de Madeleine num posto de combustível em Marrakech, Marrocos, a 9 de Maio. A menina, que segundo se consta aparentava tristeza, estava alegadamente acompanhada por um homem com perto de 40 anos.[74]

A 25 de Setembro, um casal de turistas espanhóis em Marrocos tirou uma foto de uma garota com características semelhantes a criança desaparecida. Ela aparece na foto acompanhada por adultos de aspecto norte-africanos. Esta informação foi confirmada por fontes oficiais, e publicadas por um jornal local, indicando que o casal enviu a foto à polícia espanhola.[75] No entanto não foi Madeleine, foi uma menina marroquina.

Fundo para Madeleine

Foi lançado um fundo, conhecido como Madeleine’s Fund: Leaving No Stone Unturned, em Leicester a 16 de Maio, com apoio do antigo jogador de rugby Martin Johnson. O objectivo do fundo consiste em ajudar a família nos custos incorridos e em continuar a investigação independentemente, caso se torne necessário. A familia declarou que quaiquer fundos adicionais serão utilizados para ajuda à procura de outras crianças desaparecidas.[76] O site de suporte anunciou ter recebido 58 milhões de hits e 16 mil mensagens de suporte até 18 de Maio, dois dias apenas após o seu lançamento.[77]

Na página do fundo é possível aceder-se também a uma loja (http://store.bringmadeleinehome.com/) patrocinado pelo casal Mcann, onde são "vendidos" posters com a fotografia da criança, e pulseiras amarelas de recordação. Este facto levou já alguns orgãos de comunicação a questionarem o cariz comercial e financeiro da campanha.

A familia permaneceu no mesmo resort desde o desaparecimento.[78] O pai de Madeleine efectuou uma breve deslocação à Inglaterra a 20 de Maio, para finalizar a campanha em busca da sua filha.[79]


Apelos



Foram realizados diversos apelos para o retorno de Madeleine desde familiares até celebridades, e da polícia por fotografias.

Da familia

O pai de Madeleine, Gerry McCann, disse, "palavras não podem descrever a angústia e o desespero que sentimos. Por favor, quem tiver Madeleine, deixem-na regressar a casa para a sua mãe, pai, irmão e irmã."[4] Acrescentou ainda que a familia não deixaria "pedra intacta" na procura de Madeleine e que ele e a sua esposa permaneciam esperançados.[80]

Philomena McCann desenhou um poster [81] para circular numa corrente de emails para ajuda na busca. Ela também referiu numa entrevista telefónica que havia pouca divulgação do caso noutros países que não o Reino Unido e Portugal.[82]

Da polícia

A 21 de Maio, a delegação britânica do CEOP (Child Exploitation and Online Protection Centre) reportou que a polícia britânica apelava aos ocupantes do resort onde Madeleine desapareceu a 3 de Maio para fornecerem cópias de quaisquer fotografias relevantes durante a sua estada, numa tentativa de identificar o raptor utilizando técnicas biométricas de reconhecimento facial, através das quais as feições das pessoas abrangidas nas fotografias possam ser comparadas com as de pessoas condenadas por delito sexual ou de outra natureza.[83][84]

De futebolistas

O futebolista português do Manchester United, Cristiano Ronaldo, fez um apelo na Manchester United TV para o retorno em segurança de Madeleine afirmando: "fiquei muito transtornado ao saber do rapto de Madeleine McCann e apelo a todos que tenham informação relevante a sua divulgação."[67][85]

O jogador do Chelsea FC e da selecção nacional inglesa, John Terry e o seu colega de equipa e jogador da selecção portuguesa Paulo Ferreira afirmaram estar "devastados por ouvir que a pequena Maddy havia sido raptada. Os nossos pensamentos e emoções vão para os seus pais, a sua familia e apelamos a quem tenha informações que as divulgue."[86]

A 11 de Maio, David Beckham fez também um apelo público. "Se viu esta pequena por favor diriga-se à polícia ou autoridades locais e forneca qualquer informação que possuas," afirmou, enquanto segurava um poster com a imagem de Madeleine.[87]

Após o lançamento de uma fotografia de Madeleine numa camisa do Everton FC, os futebolistas portugueses do Everton Fc, Nuno Valente e Manuel Fernandes, apelaram à divulgação de quaisquer notícias ou informação referentes ao paradeiro de Madeleine, e Phil Neville divulgou o seguinte comunicado em nome do clube. "O Everton tem fans em todo o mundo e eu sei que eles, e qualquer pessoa ligada ao clube, esperam e rezam pelo regresso em segurança de Madeleine. Os nossos pensamentos vão sobretudo para a familia nestes tempos difíceis." O manager do clube David Moyes acrescentou: "todos aguardamos ansiosamente por boas notícias e os meus pensamentos e orações estão com a familia. Se alguém sabe de alguma coisa, por favor divulgue."[88]

O futebolista do Celtic FC, Neil Lennon, fez um apelo para o bem estar de Madeleine, e os jogadores do Aberdeen FC envergaram uma braçadeira amarela evocativa do seu quarto aniversário a 12 de Maio.[89]

Um vídeo apelando a ajuda nas buscas foi difundido para os adeptos espanhóis que se deslocaram a Glasgow para assistir à final da Taça UEFA a 16 de Maio.[90] Outro filme foi difundido durante o intervalo da final da Taça de Inglaterra a 19 de Maio.[91]

Antes da partida para a final da Liga dos Campeões na segunda-feira, 21 de maio, a equipa do Liverpool FC foi fotografada com um cartaz apelando a informações referentes ao paradeiro de Madeleine.[92]

Reacções

O embaixador português em Londres, António Santana Carlos disse, a 8 de Maio, que o caso se revestia de "grande consternação" em Portugal e pediu às pessoas confiança nas autoridades,[67] face às crescentes críticas quanto à sua gestão do caso.[93]

A 9 de Maio, o presidente Aníbal Cavaco Silva anunciou estar a acompanhar o caso "com grande preocupação", acrescentando que a polícia estava "a fazer todos os possíveis para encontrar a criança."[70]

Também a 9 de Maio, o porta-voz de Tony Blair afirmou que o primeiro-ministro estava a acompanhar o caso de perto e que "estavam a ajudar em tudo o que fosse possível."[70]

Críticas

Pais

Os pais têm sido criticados por deixar as suas crianças sozinhas e maltratadas enquanto jantavam num restaurante próximo, apesar do complexo turístico em que se hospedavam oferecer serviço de creche e um serviço de acompanhamento de crianças.[94] Também tem havido alguma crítica aos pais na imprensa portuguesa. O Diário de Notícias afirmou peremptoriamente que o casal McCann era considerado suspeito e que, ao contrário do que afirmaram à polícia, não verificaram regularmente a situação dos filhos na noite do desaparecimento.[95] O Daily Telegraph também reproduziu afirmações no mesmo sentido.[96]

O casal foi questionado pela polícia a 10 de Maio sobre o motivo pelo qual Madeleine e os irmãos haviam sido deixados sozinhos num apartamento com as portas do pátio destrancadas enquanto jantavam no restaurante.[33] Os McCann alegaram que deixaram as crianças sozinhas porque não as queriam deixar na companhia de um(a) estranho(a)[97], apesar das crianças terem passado a tarde na creche do Ocean Club na companhia de estranhos.

Polícia


Têm havido imensas criticas à actuação da polícia portuguesa nos media britânicos.[93][98] Foi afirmado haver atrasos na obtenção de provas e evidências forenses, que nem a polícia marítima nem as autoridades alfandegárias receberam descrições de Madeleine durante muitas horas após o desaparecimento, e não foram avistados agentes a efectuar inquirições porta-a-porta. Os críticos alegam que o local não foi devidamente selado e a ausência de pedidos de ajuda e de informação surpreendeu especialistas policiais britânicos. Em resposta, a polícia declarou não poder divulgar informação adicional devido a imperativos de carácter legal da lei portuguesa.[99] Contráriamente ao que anunciam os criticos, agentes da PJ, junto com um funcionário do Ocean Club com um molho de chaves, revistaram todos os apartamentos do Ocean Clube, os apartamentos e jardins proximos. [100]e os comerciantes da zona foram inquiridos por agentes. [101]

Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República, defende o tempo que está a demorar a fazer as investigações e comenta que "A Inglaterra, de onde ela é natural, tem 1.000 processos destes, nós temos 14 ou 15. E a percentagem de casos em que são descobertos, em países como Inglaterra, é de 20 por cento"[...]"Por isso, ninguém se pode admirar do até agora insucesso no caso Maddie", [102]

Depois de criticarem a polícia portuguesa e pedirem a intervenção de peritos britanicos, os McCann e a opinião pública inglesa criticam a polícia portuguesa por ter constituído os McCann arguidos e ter agido com base nos resultados dos testes forenses feitos em Inglaterra e dos cães pisteiros trazidos de Inglaterra. [103][104] [105] Kate McCann explica o facto dos cães terem identificado um cheiro de cadaver nas suas roupas[106], por ter, antes das férias, estado em contacto com cadáveres durante o trabalho, e o DNA encontrado no carro por ter transportado no carro, entre outras coisas, as sandálias suadas de Madeleine e fraldas com fluidos corporais dos gémeos.[107] Estas últimas explicações estão também a ser ser colocadas em dúvida por um especialista. [108]

Muitos orgãos de informação e líderes de opinião portugueses criticaram os meios envolvidos na investigação comparando-os a casos semelhantes envolvendo crianças portuguesas no passado.[109][110]

Foi divulgado que a polícia não pediu imagens de vigilância envolvendo viaturas a sair da Praia da Luz na altura do desaparecimento de Madeleine nem da estrada que liga Lagos a Vila Real de Santo António, junto à fronteira espanhola.[111] No entanto a Euroscut afirmou que “As camaras monitoram imagens da auto estrada entre as 09:00horas e as 18:00 horas, mas só gravam uma ou duas horas por dia”. A porta voz das estradas de Portugal informou que as imagens gravadas só poderiam ser reveladas com ordem do tribunal. [112]

Foi sugerido que o encarregado principal da investigação, o agente Guilhermino da Encarnação, terá focado demasiado a investigação num único suspeito, Robert Murat, embora a polícia admita não existirem evidências credíveis contra ele. Foram estabelecidas comparações com o desaparecimento de outra criança, Joana Cipriano, desaparecida a 12 de Setembro de 2004 da sua casa na vila de Figueira, a 10 km do local de desaparecimento de Madeleine. O agente Encarnação esteve também envolvido nessa investigação que terminou na condenação da mãe e do tio de Joana pelo seu assassinato, embora não tenha sido encontrado o corpo nem tenha havido confissão[113].

Reacção pública

A escala da reacção pública [114] a este caso desencadeou comentários negativos por parte de alguns comentadores. Na sua coluna a 17 de Maio, Matthew Parris desmascarou o que considerava o aproveitamento político por parte de membros do parlamento das emoções e sentimentos despoletados pelo caso.[115] A 19 de maio, o jornal The Guardian descrevia a reacção pública como histeria colectiva e estabeleceu um paralelo com a resposta à campanha anti-pedófila do News of the World.[116]

Cobertura da imprensa

Alguns sugerem que o elevado grau de cobertura dos media pode ser atribuído à raça, nacionalidade e estatuto sócio-económico de Madeleine. O editorial do The Independent de 15 de Maio descreveu a cobertura como reveladora de prioridaddes desfocadas da realidade e condenou as críticas às autoridades portuguesas.[117] Na sua coluna de 17 de Maio no jornal Público, o antigo bastonário da ordem dos advogados, José Miguel Júdice, afirmou que a enorme mobilização se deve ao facto de a menina ser "inglesa, branca e filha de doutores."[118] A 18 de Maio, a Inter Press Service chamou a atenção para o facto de que alguns observadores apontarem o facto de Madeleine ser proveniente de uma família abastada, ao contrário de tantas crianças portuguesas e filhos de emigrantes cujo desaparecimento despertou muito pouca atenção dos media.[118]

Ainda a 18 de Maio, o The Scotsman comentou haver evidência de que a opinião pública, embora solidária com os pais de Madeleine, estar incomodada com o acompanhamento e especial atenção dada ao caso[119].


A Embaixada portuguesa protesta junto da comissão britanica reguladora de imprensa, (Press Complaints Comission ), contra um artigo de Tony Parsons publicado no tablóide "Daily Mirror", que insultou o embaixador português por causa de uma entrevista ao Times sobre o caso Madeleine.[120]

Publicidade

Foi lançado um website oficial para as buscas. Após o desaparecimento, foram registados um elevado número de sites web. Muitos desses sites incluiam conteúdos não relacionados com o caso de Madeleine.[121]

A familia McCann lançou ela própria dois videos de apelo. [122] O primeiro consiste numa montagem de video e fotografia com banda sonora do tema Don't You Forget About Me, dos Simple Minds, e inclui uma animação da palavra LOOK.[123] O segundo consiste numa montagem de imagens com voz sobreposta da actriz Zoë Wanamaker mencionando o seu coloboma, pedindo informações sobre o seu paradeiro, e para fazer o download de um poster de Madeleine do site oficial.[124]

Foi observado um minuto de silêncio não oficial por Madeleine a 21 de Maio[92], mas uma vez que foi organizado por um anónimo através de mensagens de email, não parece ter sido muito observado.[125] Robert Murat tentou dar a sua própria versão dos acontecimentos através da venda da sua história. No entanto, o editor Max Clifford indicou só estar disposto a representar Murat no caso de este ser ilibado de todas as acusações pendentes.[126]

Recompensas

O montante total de recompensas angriadas até ao momento excede o valor de 2,6 milhões de libras esterlinas, incluindo:
£1,5 milhão (cerca de 2,2 milhões de euros), incluindo 250 mil libras do News of the World, 250 mil de Philip Green, 50 mil de Simon Cowell e 25 mil de Coleen McLoughlin. Outros contribuintes incluem Richard Branson, J.K. Rowling e Bill Kenwright.[127][128]
£ 1.000.000 (€1.470.000) pelo homem de negócios britânico Stephen Winyard.[129][130]
£100.000 (€147.000) por uma colega da Kate McCann.[21]
€ 15.000 (£10.250) pelo Record.[131]
£10.000 (€14.700) por The Sun.[132]

Caso encerrado

A polícia portuguesa declarou que a menina não foi encontrada nem viva, nem morta e que não vai continuar com as investigações. Os pais de Madeleine McCann declararam que vão continuar as investigações por conta própria

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